quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

128

se precipite no amor
mas não se sufoque
na dor de estar só
de parecer estar
deixado; de lado
isolado; deitado
sozinho e só

na dor o que te sufoca não é a dor do amor
'se te ama espera a cama e chora a espera'
o que te dói é sentir fome, o que te dói é
a falta que faz a carne que homem come

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

127

a mais incrível sensação
é pegar o azul ftalocianina
misturar com o vermelho de
cádmio, o sépia, o amarelo escuro
e o carmim e colocar em prática tudo
que eu não sei praticar de outra forma
se não pensando nas coisas mais sublimes

da alma

a mais incrível sensação é o processo
eu não termino no final
eu termino a cada
pincelada dada

126

tenho em mãos um controle remoto que diz:
vá, vá, vá, vá, vá, vá, vá, vá, vá, vá, vá, e vá!
e continue em frente, seguinte e indo, Renata;
vá indo, que uma hora você entende o porquê

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

125

agora,
já não mais
como anterior
eu não gosto da
escuridão; gosto da
luz entrando pela persiana
do quarto, iluminando os espelhos
e refletindo de novo, mas o novo, mim
meu equilíbrio sou eu.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

assinado:. Renata Henriques

domingo, 27 de dezembro de 2009

124

'amorecetuce'
é o tal tempo
da vida que é
intensidade, é
vida pra viver
de se respirar
amor e dormir
abraços dados

Renata

escutei chamarem meu nome.
creio que foram três vezes:
Renata, Renata e Renata

o último, eu podia ouvir;
certamente vindo da
tua voz, mas ainda
a dois soava como
o grito distante
de algo que
quer me
levar

sábado, 26 de dezembro de 2009

Canções do Oceano #2

'waltz solo'

o som romanesco da valsa francesa
e eu danço sob as vestes do vestido, já que
sinto-o despido; meu corpo se despedia de nós dois...
desconectados, complexos, só estávamos conversando;
sobre o ar, sobre repirar e possivelmente amar
e ainda que nos houvesse o mar, o som que
ouvia meu ouvido, não ouvia o teu -ou
via-se ruído, indecifrado, sofrido-
o silêncio cabe melhor à sós
e ainda que nossos braços
não terminem em nós,
valsa que dance a sós
eu posso sentir eles
embaraçando,
embalando,
enrolando,
os nossos
braços

123

narre tudo,
narre nada
e não narre
a narrativa
só existe é
pra calar o
silêncio do
que não se
pode tocar.

singelo desperdício

acabei de me ocupar
acaba por me ocasionar
que depois de um, vence
o outro, e sincronizadamente...

destino,
frontal desatino, de frente
de íntimo contente, descrente;
desmaio, belisco de arrepiar
minha coluna, de repente:
repete, repete, repete
singelo desperdício
das palavras,
do suicídio
do suspiro

122

uma folha que começa em branco
tem frente e verso verso e frente
mas se ela tem verso ela não é +

VÁCUO

porque verso é algo que ocupa espaço
e vácuo não ocupa espaço algum aqui
mas se ela fosse vácuo não seria de -

- à primeira linha imaginária de 'A imaginação, Jean-Paul Sartre'

121

essa merda de pensar demais
ainda vai ter fazer um infeliz completo

acorda pra vida e olha pra frente
não adianta ir contra corrente
de repente vira rápido
demais pra fugir
de ser gente

Canções do Oceano #1

'deep blue heart'

adentro,
coração ciano,
não lhe sobrou nada...
nem o oceano, azul,
dá eternidade ao final!
das lembranças o navio
fez pó, do passado a memória
deu nó, não recordo, não me re-
lembro se era setembro e chuva,
ou primeiro e por fim, primavera...
ou se, se desfazia sol sobre seu choro;
e meu profundo azul coração sobre teu colo

heaven

#1 do arquivo intransferível, significante e pessoal

Caminho que o olho faz sobre o pulso traduzindo pele+tinta em infinito amor. O paraíso imagético que cabe em mim. Pulsando a espera do corte, meu braço é, no entanto; sede.

120

pára pra reparar
quem somos, essencialmente
indecência, inconstantes mutantes
é covardia minha pedir que fique quem só pode ir embora

mas ainda que não te aquete
- em mim, em ti, enfim -
irrite, pertube, incline
em S as costas
minhas

terça-feira, 3 de novembro de 2009

cada detalhe
ainda estou
cada inteiro
no que ficou
permaneço o teu sol
queimando em mim

terça-feira, 27 de outubro de 2009

quanto mais eu deixo eu deixo a lágrima cair
do meu olho, mas extenso fica o faixe de luz

domingo, 25 de outubro de 2009

Retrato Clássico

"Minha irrevogável condição de ser e já não-ser mais,

exatamente na parte que não me cabe lhe explicar,

recusando em súplica constante às vontades que alimentam minhas mais incertas certezas...
Por fim, eu mergulho no abismo."

sábado, 24 de outubro de 2009

#1'

deixo para sofrer a dor depois. agora, transpiro

97 #1'

agora sou eu
e irrevogavelmente distinta
eterna ao sorrir dúbia, conjunta

119

é
fácil
ter muita
coisa, mas o
final é o que
fica vazio
afinal
sem
fim

118

andarilho eu sou,
do passado, salgado,
desmantelado, secreto,
aberto, segredo contado,
sentido esmiuçado, pequeno,
inexistente, a saudade é latente;
do passado eu fiz presente, do sentir
eu fiz nascente, ascendente, amor crescente

117

e de tanto te rebobinar
eu perdi nossa história

e de tanto rever teu olho
ele descoloriu o meu; seu
sorriso veio pra amarelar
a memória, sepiar, reviver
nesses sonhos, sem perdão;

toma meu coração assim...
surgir, sumir e se dissolver
renascer, existir, reacender
sonhar, dormir, amanhecer
deitar, morrer e adormecer

116

há imagens demais
e me traduzem gente de
menos, demasiadamente muitas;
múltiplas e capazes demais pra eu aceitar
que eu não possa ser demasiado;
mas de menos, debaixo e
distante, longe e exato
igual à esse bando
de mundos; e há
gente demais
aqui e ali
e lá
passei; passado.

115

sei que você já entranhou
mas não entranhou nada
ainda não; mas me dá oi
e me diz que tem vida! e
revive parte do lado real
de caminhar, e olhar pra
frente e trás, o lado certo

[escondido]

foi como avistar-me feto: mergulhado, acanhado, escolhido e só...

114

odeio que reclamem do meu abandono
e é muito egoísmo querer meu sorriso
e é muito egoísmo eu querer que você
queira exatamente assim, como penso
eu, ego, ísmo, centro, meio, parte, sua

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

113

eu não te sinto invadir
nosso universo intacto
descansa e permanece...

se as palavras eu conto pra tantos;
meu sofrimento eu guardo pra nós
o sentimento eu vivo agora, depois

112 - Wendel

partitura indecifrável
pedaço de trama
de pano de
pijama
de noite
dessa vida que
te leva e trás de volta
e nunca te faz igual à antes

111

I miss me back!
mas eu não sei...

quê foi ontem
o que fui hoje
ou o que serei
quando for pó

de areia, de sol
que não vi de nu
que não vistí, poder
do que não pudí; e eu,
que não vi a lua morrer pra
cantar, mas vi estrela no 'séu'

ar, decifrante; mirante dos
olhos, verdes, esvoaçantes
eternizados, agonizantes, e
seus, seus e meus, eternos

[peço permissão pra "acovardar" a rima, errando]
ata-me; pulso esquerdo
mas livrem-me de mim
'excêntrica em vontade

redobrada a voltagem

complexa às verdades

e coberta de mentiras'

[poderia dividir em 2, em 4, ou mils]

110

porque só você não pode me fazer o favor
de olhar pra minha cara, implorar por um
segredo? partilhado, compartilhando-me
com um momento e só, e juntos, abraçar;
envolver seu braço num colo calmo, seu e
meu e nosso também... porque só você não
vem me perguntar o que é eu sofrendo por
dentro? e porque meu canto calou, sereno...

109

saber que isso pode virar algo sério
me agonia demais, me desequilibra;
saber que posso transformar a noite
em livro me tira a paz; e rendo-me,
e foi o tempo atrás: eu era feliz, sim;
eu feliz e inteira, partida em partes
eu infeliz e metades, completa enfim

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

108

essa minha noite me inspira a fim
mas não quero me livrar de mim

ainda que doa
a melodia entra
e toca: minha mãe
chora me vendo tão
sozinha; mas ela sabe,
que o sol vem e me cura de
novo, nova, limpa e eternamente

107

é como se eu esperasse pelo fim com a poesia do cinema
já que podiam, em menos de um segundo, em uma frase
interromper com tudo que havia; e mesmo que em dois

106

eu vi o reflexo do meu rosto no espelho
e era parecido com a morte
roxa, branca
inchada
enorme

mas eu não queria detalhar
já que não posso crer nisso

105

eu vi o borro
do 7 virar 38
para ter certeza
do que era antes

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mon Art Libère Mon Âme
------[transfigurar]-------
legal mesmo é brincar de viver
ver e não rever; ter e não reter

104

mas é meu
o canto mudo que
luta contra essa minha
genialidade, vai e contraria
minha vontade, e "o meu mundo
me cega"; aqueta minha capacidade,
interrompe minha vida,
desqualifica e irrita,
desvirtua essa
descida

não
há saída

para o fraco no tranco
sentado, esperanto, quieto
e atento ao enxergar até quem
não se diz coisa pra ver, não há subida
para o fraco de encanto, não há
bom dia, não há entrada
porta vazia

103

eu sinto sua perda como Piaf sentiu partir, amante
eu sinto sua falta como Piaf sentiu de si, intensa
e sinto ausência como Piaf sempre sentiu-se
só, eu sinto como Piaf sente a música
com as mãos, ouvidos e peito
com o passado que não
importa mais

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Metáfora Floral

Uma flor, do jardim da casa do lado da outra.
Ela vivia numa graminha verde, uma graminha linda e vasta. Era lindo na verdade, a graminha era menino.
Tinha mais um monte de flor por lá. Cada uma mais formosa que a outra, cada uma ainda mais cheirosa. Tinha flor roxa-viva, tinha vermelha-sangue, e laranja-laranja. Tinha rosa desbotada, rosa cor-de-boca, rosa choque. Eram essas as mais desejadas. Se não fosse tão bonita assim, bastava que o cheiro caísse bem. Na verdade, aquelas graminhas adoravam dizer que se atraiam mais pelo cheiro das flores; do que propriamente pela beleza de suas cores. Pura piada! Flor de Lis sabia disso [ela, o protagonista dessa história]. Ela sabia, que naquele jardim, a estética era dominante na conquista. Graminhas lindas, pensava. Lindos, quis dizer. Nada mais que lindos, já que ainda iriam pagar pelo pecado da gula da beleza, da plástica das pétalas, dessa única coisa sobre a qual eles queriam saber. Um dia, pétalas cairiam sobre terra e de nada mais valeriam.Flor de Lis era amarelada. Talvez um pouco sépia, ou até vintage. Envelheceu com o tempo. Estava em frangalhos.Tempo muito pouco foi concebido à vida das flores. Mortas pela brutalidade da mãe natureza, pela mão do homem. Por isso elas tinham de viver. Tinham de aproveitar todo o sol de todos os dias! Tinham de aproveitar toda a água e todo os sais que a mãe terra dava. Tinham que se balançar com a brisa, dançar no vento... Tinham que viver logo. Tinham que vencer barreiras, superar as perdas, atravessar os muros!- E foi nesse momento de reflexão, que flor de Lis viveu. Ei! Ela podia ver através da fresta do cercadinho que circundava seu jardim, o jardim da casa ao lado. Era bonito! Era ainda mais florido, era ainda mais colorido :] Encheu teus olhos de felicidade... Depois de tanto tempo, flor de Lis podia ver coisa diferente, flor de Lis via coisa nova.. Flor de Lis via;...Flor de Lis via;...Flor de Lis via algo que acabara de deixá-la derretida.
Que isso que ouve? Por que a respiração mudou? Porque seus vasos comunicantes nem conseguiam mais se comunicar?Deu pane no sistema? Parecia que ela suava pelo caule, parecia que estava desnuda, era como se a raiz estivesse trêmula.Ela avistara um belo arbusto. Arbusto verde e encatador, no seu canto, cheio de brilho especial. Uma luz entorpecente, um ar de maturidade, totalmente criado em alto contraste. Ainda pequeno, mas notável o suficiente pra ser avistado por mais longe que estivesse.Queria ela uma barreira, para cercar aquela planta linda que conhecera, de forma que ninguém mais a visse. Flor de Lis queria guardá-lo para ela, só para ela, em uma caixinha de cristal, quiçá. Preciosidade, raridade de jardins,especial e motivo para a felicidade dela.Tão longe, tão longe. Assim a desafiava a querer ainda mais. Ela ia chegar lá, não importava como.
Nos últimos dias notou uma coloração diferente, parecia que estava mais viva.Ela tinha mais alegria na folha, mais cor de alegre. Rezou pra que chegasse a ventania. Queria que o vento levasse consigo uma parte dela, e troussesse, por ironia do destino, um pedaço do seu verde arbusto.Assim, ela teria parte dele, e ele, poderia notar sua existência.
Passou de tudo, chuva. Temporal, dilúvio, chuvinha fraca, fina brisa.Chegou o sol, chegou a insolação, chegou sua seca. Ficava desbotadinha, assim.Chegou a ventania. Chegou a bonança, chegou a esperança. A ventania era a única que os podia unir.Dias que doem também. As vezes vento batia tão forte, que seu caule quase se partia. Tinha medo, mas tinha mais vontade que tudo junto.
Bateu o vento. Foi esse que arrancou uma petalazinha. Ela pediu muito para que caísse perto dele. Não foi dessa vez. Bateu o vento de novo, arrancou outra parte. Dessa vez foi longe demais. Outra vez e nem saiu do lugar. Outra vez, outra vez. E a cada hora ela ia perdendo uma petalazinha, e suas forças. Outra vez. Outra... Essa agora a levara. Ela já estava inconsciente, sem noção de rumo. Lá dentro pedia para que ao menos pudesse viver, para vê-lo outra vez.Pura bobagem. Ela apagou.

- Por mais impossível que possa parecer, se cultivadas com carinho, todas as flores têm sete vidas. Mesmo caídas, mortas, secas; se houver um sentimento maior, elas sempre voltam a ver o sol. Flor de Lis pôde ver o sol nascer em formato cardíaco. Ela via agora um coração em tudo da vida, tudo valia mais a pena. Por algum motivo que só o destino pode explicar, ela amanheceu plantada no jardim do vizinho; do lado de seu arbusto amor. Dizem que foi uma tal de vontade que a replantou. Uma tal vontade de ser feliz.
Dizem também no subsolo que a primeira palavra a ser dita foi um oi. Oi típico de flor. Hoje? Fotossintenzam juntos.

[esse texto data de quando houver amor]

102

eu prefiro um objeto cortante,
e essa ou sua dor excruciante,
e meu antigo sorriso vitorioso;
ali um abraço eterno, gostoso...

eu prefiro encerrar o discurso.
remoer e imendar as palavras,
já que tudo está ficando igual,
em cada hora há menos graça;

"e você que não venha encher meu saco!"

essa é uma expressão que eu inventei
pra mim, pra eu não ficar tão só assim...

e ainda mais expressiva, eu prefiro que uma fita adesiva
venha tampar minha boca e tomar meu quarto de choro
porque ainda que não me corte os pulsos, me corta a fala

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

101

i'm to much pain for you

como consertar o errado
se uma vez já foi o certo?

100

eu também tenho urgência
e eu também preciso disso

somos nós dois, conectados
somos nós dois, conectados

[13 minutes ago]

99

não tenho medo da solitude
tenho medo é de viver plena...

e leve, brisa e vento; não tenho
medo de não estar aqui, tenho medo
é de estar ai, exato ao seu lado, revivendo,
me ver renascer, amanhecendo; feliz, sorrir;
não tenho medo do que isso tudo nada que tenho,
tenho medo de tudo que poderia ganhar e perder de novo;
não tenho medo da falta de coerência, mas tenho medo de sentir
sentido; não tenho medo de temer coisa alguma, mas tenho medo
de sentir pavor e amor, felicidade sem dor, plenitude sem vazio;
não tenho medo da solidão, dela fiz base, chão;
tenho medo é do completo, certo, eterno;
tenho medo de ter, poder, sentir, ser
eu de novo você, eu de novo.

o dia em que a noção virou sentido

caro Ivan,

"fecho os olhos e posso me ver cantar.
reinando, no centro, da forma que sei
que sou, metade do que seja agora, e,
de olho fechado, ecoando pra dentro o
meu canto vai, ali, na frente, de vocês
para mim, de mim para além, fluindo
e a fronte estão os dois, amantes, eles
e eu; constante da minha solidão, ela;
sou eu, sozinha, eterna, interna, rasa"

[01:13 da manhã . 19/10/09]

98

pegue ali pra mim; por favor...

eu preciso regarrar a bateria
mas minha mão treme tanto
que eu não consigo chegar lá.

97

agora sou igual
e irrevogavelmente
eterno ao sorrir só, sozinha

96

ouvir esse blues me dói tão dentro
que eu já não sei mais o que te falar.
mas ah, meu amor... se você me olhasse
nos olhos, aqui, ia saber que minha alma é velha;
velha, fraca e doentia; velha, aos pedaços e eternamente

fria

domingo, 18 de outubro de 2009

95

enumero feito produto
sem medo, pra mentir
pra mim que tem amor
no meio, pra fingir que
não estou vendo. você;
repetido o movimento

94

vai te catar
seu pedaço
põe batom
pro mundo
ver você e
não o que é
sinceridade

da escrita vazia, errada

"e iluminada, ouvindo "Claire de Lune" soar pelos cantos;
ali, sentada de branco, o canto direito do corpo torto. há
quem seu peito destinara a morte: kill me, please. e suas
letras garrafais, em preto, escorrendo, junto ao rímel; e o
olho descrente e dissolvido no passado, sumiam e surgiam
ao mesmo tempo que ela olhava pra ele, no olhar, de olhar
despido, fotografava a eternidade instantânea que era ela"
o que me mata é seu amor: pleno coração e foi feito gratidão.

sábado, 17 de outubro de 2009

93

e ai de mim fracassar
se a terra pode pensar só nela
eu também posso ser ego; meu
e sem medo de errar

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

tudo nada inexisto

o instante #1 outubro, calor e dor, medo

"Quando o medo fala mais alto, eu arrego. Não gosto do gosto da competição, nem da capacidade de fazê-la. Prefiro estar amenamente desequilibrada por dentro, mas sem surtir nem um cado de possibilidade pra quem me vê. Inconstante, constante; insegura. Te deixo invadir por muita fibra capilar e falsidade. Não sou parte de mim agora. Acho que na verdade eu nunca soube ser eu. Que bom, é porque prefiro nem me arriscar sair de dentro do quadrado verde que me encontro. Não quero as palavras, não"
não me interessa o que sou
mas interessa o que fomos

e sim, eu sei: não fomos dois

92

é mentira
porque caso
você me desse a
mão na praia, olhando
pro céu, eu não ia conseguir
nada além dali, eu seria eterno
e instante, ali, e nada além dali, e
nada além de tudo intenso infinito
nada além de tudo infinito intenso
e nada além dali, ali, e instante, e
eu seria eterno, nada além dali
eu não ia conseguir, pro céu
olhando, mão na praia
você a me desse
porque caso
mentira é

saltimtantos

e agora eu penso,
e agora não;
e agora eu sinto,
e agora não;
e agora eu não,
e agora eu;
e agora?

90

tem coisa aqui dentro que não sara não
e eu temo não te ver como esse monte

de luz, brilhando, levitando, gravitacional,
intencionalmente acidental, gráfico, único;
e cinematográfico por difusão, natural-não
me incomoda seu dedilhado, sua perfeição;
me retalha sua magia, costura minha visão
ainda não me hipnotizaria porque temo tal
como tantos, ser finalmente aos pés seus, só

89

e essa inquietação do meu passado
me dói, irrita minha habilidade de
ser social, prefiro estar só, prefiro
li-dar, não faz parte racionalizar e
em frase eu não deveria dizer; mas

essa inquietação do passado me dói
e essa irritabilidade ainda me corrói

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

88

parte da minha essência que se define em mim
nunca saberia que eu não sou eu na verdade
sou um bando de outros, únicos
múltiplos de pares, e sós
sóis, (re)nascendo
finitos

terça-feira, 13 de outubro de 2009

love is a weapon pointing to my heart, everyday, everynight

87

e não, nós não vamos brigar por nadie
amor é uma causa, apenas uma, única

vai lá e pega o seu amor
vai lá e pega o seu amor

terça-feira, 6 de outubro de 2009

for your jazz soul

já te sinto como um verso: breve; forte

e naturalmente divino
essencialmente único.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

o zero é o final e o começo dessa coisa nenhuma

86

o meu maior medo é que quando eu sonho com o amor,
eu não sonho comigo, eu não sonho com você, nem com essa pele;
o meu maior medo do mundo, é que quando eu escuto o amor,
eu não ouço minha vontade, não sinto minha liberdade, não voou;
o meu maior e eterno sonho, quando eu vejo o amor por aí,
é deslogar meu corpo de mim, despir, desprender meu verso do fim;
renascer, repintar, reviver, remontar o cenário da minha mente em algo que realmente faça sentido, em sensação e libido, em construção e desgosto, em consciência e escorço, em leve teatral, em início e final; e, a minha maior eternidade, aquela que eu mais temo quando escrevo é que eu fique de palavras, boquiaberta, para só mais uma noite de mentiras e nada além ; aquém da minha verdade, da minha vontade, circulando os paralelos sem me concentrar em pio, no arrepio vazio, em sentido e medida, interno e íntimo, meu, meu, meu e nunca meu, e nunca seu também.

85

aprisionada na forma e no tom errado
aprisionada na fama e na imagem exata
mas contrária, exatamente errada, fluindo,
sobrevoando nas letras dos sons, na cor do céu
parte secreta, aberta, segredo e descoberta
além do ciclo, sou longe de toda verdade
sou eu apenas pedaço, quem dera
fosse já metade, da realidade,
da forma e tom certo
que cabe a mim
eterno e terno
mim, eu
dormir pra curar o amor
amanhã pra nascer a dor

domingo, 4 de outubro de 2009

84

pai, me desculpa, pai

mas é que eu ando temendo
o tempo, tô tremendo as pernas.
porque sempre que eu vejo você
eu sinto cheiro de saudade?
e tenho medo da verdade?

pai, me desculpa, pai

desculpa não ser assim
assim tão incoerente e nem
ser eu inocente, pra explicar
toda minha falta de vontade,
todo esse ar de maldade

pai, me desculpa, pai

pai, não vai
eu sinto medo
do tempo, do destino
sinto medo da sua áurea
de menino, do mistério do hoje
e da capacidade de um dia
não poder dizer assim
pai, não vai, pai

pai, me desculpa, pai

82

my sweet pretty destiny,
excuse me, but tell me
how living in public?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

81

ouvir chopin
me deixa tão ...

e isso não vale tanto assim

80

você não deve extrair luz
só por um brilho no olhar

79

repetindo palavras em círculos
reprimindo verdades em ciclos

78

eu levantaria da cama, e em plena madrugada
diria que meu sono não quer me deixar dormir
mesmo que meu estômago tente negar como se
embrulha só de voltar no início de tudo e viver,
em sonho, todo o resto, pedaço e parte que vivi

77

agora somos eu e minha insônia, essencialmente
é a abstinência do caos que, minha vida, foi atrás

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

76

nobody was watching you
don't act in the wrong way

75

After a short time, in night, Natalie, sitting on
your knees, with a beautifull shadow on her face
(that's darkness coming to they), said to him:
"Yes, I know that you can see in my eyes that
I don't have time for excuses...
And no, I will never say hello to you again..."

74

I forgive you; My love
'cause I know how Im
possible is be like you
really are inside; Poor
girl, I forgive you now

fracional narrativo #3 (do perto)

"...e quando começara em platônico, terminara em tragédia..."

fracional narrativo #2 (do medo)

"...o que se iniciava do fogo só poderia terminar em romance..."

fracional narrativo #1 (do certo)

"...e o conjunto daquelas certezas só podia ser um sinal do final..."

73

[in our fairytale
I see death and
love, in me I see
nothing but this]

Sleep; Princess! Before the world burn you heart...

72

this midnight it's getting cold
this nightmare will make me
desire, in fire, frozen all mine

71

bipolar, essência, ímpar, par, sem coerência
parte da decência, lá

e um eterno aqui,
e fato, e ato e nada
além de dois, e em
um, em nada, e em
mim, e parte de vc
eu abro mão agora
e derrete e volta, e
não voltará mais, é
perto e eu perco de
nós; e é preciso, no
fim, revoltar à mim

70

Your infinite seduction,
I'm telling you ...

will never forgive yourself
will never forgive yourself

69

I still the same girl
without anything in my head
but I try, lieing to me, I still trying

I'm that girl, but without me
so don't trust me
please, hold me

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

68

por favor não dê errado
por favor não dê errado
por favor não dê errado
por favor não dê errado

mas também não precisa dar tudo certo

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

maldito escrito
maldito escrito

67 - Gia Carangi

Quem me dera crescer e, é...

dizer que usei heroína pra
fazer minha fama comigo,
na cama, mas sem drama,
dama, calma e pacífica, do
ente o estrago, da parte, o
inteiro, mas sem querer e

se já não fosse errada, certo e
tanto fazia; Gia; prazer, Gia...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

66

eu não gosto mais de como
escrevo o que transcrevo

é muito mais falso e certo
que ler o intranscrevível

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

65

se não houvesse a proposta da morte
eu ainda assim existiria,

mas não em vida;

quero mais é viver pra morrer no final,
quero mais é morrer pra viver no final.

domingo, 20 de setembro de 2009

64

do instante em questão
sofri sentindo a parte
do pedaço recortado
do meu livro de
memórias...

e ainda, por mais que não
houvesse mais imagem pra
reviver, eu vi, ainda ali, tudo
àquilo que eu queria, ainda que
não fizesse sentido nenhum à quem
me reprimia; eu vi, ali, no instante quarto
do meu sonho, que voltara às imagens em fração,
e que eu podia me arrepiar naquela mesma sensação;
no meu quarto, alado ao seu, cantado, repicotado,
do recorte do passado, que eu ainda presencio;
e por mais que a dor venha, eu prefiro que
eu não me atenha à sentir verdadeiro
e de novo, algum arrepio.

63

sou eu e não sou direito
sou eu e não há defeito
e fragmentado, eu, sou
eu e não estou desfeito
sou eu e não sou além
sou eu e estou alguém
calado, descontraído e
costurado; fracionado,
sou eu e não sou direito
eu, sou eu e não estou
"...pra você ver como eu não posso sentir nada..."

sábado, 19 de setembro de 2009

62

"eu tenho um coração
e você também tem
algum outro coração
que poderia ser seu
caso meu coração já
não fosse mais nosso"


- as memórias maternais ainda me deveriam porquês.
- a as memórias infantis eu ainda preciso (me) explicar.

61

ando inércia
de pé e mão

e minhas palavras não saem dos dedos
e minhas perguntas não saem de casa
e meus sentidos não sentem mais nada

ando inércia
teto e chão

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

para quem acha que sobrou da dor

o tempo todo, e sobrou o melhor de você.
o mais forte que você teve que ser, o mais
fraco que você pôde aturar, o mais intenso
e raso que você pôde sentir... desse tempo
e sobrou tudo de melhor, você. essa eterna
parte que mais te convinha, o segundo que
nada mais era seu... e ainda assim, sobrou
o que há de melhor em você. como prova
do tempo, e da dor, o tempo mostrou o que
você poderia ser: o melhor de você, você.

Manoela, sempre Manoela...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

59

se o inesperado é a espera, agora
que retornemos ao inverso, certo

58

fui abotoar o botão da camisa
e doeu o meu peito, contraído

57

vira o teu corpo pro sol
de dor já te basta o céu

56

Obrigada por cantar meus sonhos.
Na verdade, obrigada por cantar o
que eu sinto agora. Não necessário
à mente é o que eu vivo, mas o que
eu posso sonhar. E mesmo que não
seja você, ou o todo, o que pode ser
me satisfaz. Obrigada por cantar o
que eu preciso ouvir, o que quero
agora. Obrigada por fazer o fraco o
que não, nem a todo tempo precisa
ser forte. Faz bem a minha sanidade.
de um mundo de impossibilidades, escolho uma única.
você sabe o que fez comigo. e há de ser de novo, novo.

55

cante ao pé do meu ouvido uma canção de ninar...
cante e me encanta, canta e me despeça!
não faço questão de ser além de uma
canção de amor, não quero ir além
de um sonho, não quero ir além
do seu sono; durma, e durma
até amanhacer na cama,
sem mim, amanheça,
amanheça e me
dispa, inteira!

54

sinto medo de usar meus pensamentos
porque eu sei que você lê, eu sei que vê
e é tudo tão incompleto e íntimo, que se
você for igual à mim, eu temo ser você eu

terça-feira, 15 de setembro de 2009

53

revirei meus olhos num espasmo, saciada
ainda que de nada, ou fosse de comida,
com as mãos sobre a roupa, esticada,
na cama, esperando, olhando-me
como sob o espelho de teto, prá
parede, de olhos velados...
um lembrete de parede:
do que restara, nada
eu sentia, nada
além do
sonho...

era eu estrangulada.

52

eu não tenho coerência
no que falo e escrevo
eu não sei o que sinto
eu não vejo o que penso
e foi tão bom ouvir você dizer que cresceu...
insistir em omitir me ensina quase todo mundo.

À partedesfeita

da parte desfeita você fez um estrondo
se valesse mesmo saber unir palavras ou cor
ninguém que foi seria exatamente o quanto foi-se
pára para reparar que a verdadeira força que algo é
não se mede dentro do talento que você quer, pra si;
e nada vem do genial, nada vem da criação, sou mera
cópia, e você também, e você também, e você também
e sabe, copiando, certamente, sua parte fica inteira,
e você, sim, já percebeu, que é isso, exatamente
o todo, que você não quer, você não quer, você
quer o partido, o desfavorável, o erro
e eu, e eu também, e eu também
quero isso pra nós

51

enumerá-los é convencer-me
de que não fazem diferença
nenhuma; alinhados, conse-
quentes; sinto-me aliviar do
preferir, pensar que são ape
nas mentira, apenas palavra
enumerá-los é convencer-nos
a melhor parte de mim ainda não está por vir.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

50

eu não consigo armazenar essas coisas dentro de mim
é coisa demais, é coisa de menos, é coisa sem coisa
nenhuma, não tem sentido, não tem serviço, não tem
nenhum momento, eu preciso de um tempo pra saber
armazenar essas coisas dentro de mim, são mil e uma
palavras, são mil e uma conclusões, são mim e umas
pessoas, sou eu e nada de você, é você e nada de mim

49

eu e você somos nós
mas feito a sós, nós,
retorcidos e atados,
não somos mas, nós,
eu e você somos sós,
solitário e sós e nós
somos feito nós, sós,
agora, desamarrado,
eu e você somos feito
um nó só, mas juntos
demais para sermos
dois, somos nós, eu
e você, sozinhos e só

48

o que eu disse tá dito
e eternamente em conflito
o que eu fiz está desfeito
até porque, em todo destino
não se sustenta a verdade,
ou o direito, de se refazer
o refeito, refletir à respeito;
e sim, por mais que eu
caia em mim, agora já não
sei fazer, ou desfazer o infázivel,
seu infalível jeito de olhar pra
mim, exatamente assim,
ontem, hoje ou agora
está extinto de nós

47

sentimento só,
sentimento aqui,
solidificado em vão,
sentimento lá,
sentimento, não,
sentimento vai e volta
para cá,
sentimento que não pára
e que virá,
sentimento que virá...
sentimento que te chama,
sentimento que não perde o drama,
sentimento que está,
solidificado está,
ali, então, vira
e fica aqui.

#1

deixo para viver o amor depois. agora, vivo

46

não, não quero subestimar seu amor
mas eu sei, o que sobrou de mim
você sente, retorne à mente
você sabe, retorne adentro
mas ainda não retorne
ainda não se encontre

que nada mais seja igual
que não sobre de nada
do que o tempo fez
e refaça, outra vez
nós dois, em dois
mas um, sós

domingo, 13 de setembro de 2009

45

um zero
mas que nunca
exatamente nunca
seria início,
final ou meio
um zero
sem fim
finito, partido
inteiro e eterno
um zero
enfim, zerado
um zero,
espero

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

taxi driver

eu prefiro ser anormal agora
só pra me enxergar num segundo,
no final

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MVI_5891

odeio estar olhando pra outra coisa
e sem querer, clicar e ver
que ainda assim
existe

44

a verdade é que eu gosto da ordem das coisas...
mas não gosto do desgosto
mas não gosto do desgosto
não gosto do esgotar
não gosto de estar
gosto do gosto
ler é a forma mais cruel e frágil de aproximar-se de.

Carta à Amedeo Modigliani

"Li sobre você.
Li mas sei que não sei nada de você.
Dizem que era você doente, genioso e solitário.
Mas a verdade é que eu não acredito em solidão.
Tampouco em geniosidade. Tampouco em você.
Eu não acredito porque eu sei que quando você
pensa, se multiplica; eu não acredito porque eu
sei, que quando você pinta, se intimida. Não só.
Mas quando pinta você se resgata pra dentro. Tanto
que lá pelas tantas pouco importava quem você olhava
pintando... Irrevogável, se mantinha o mesmo. E o mesmo
pescoço. E a mesma frustração. Eram os seres de você,
que eu acredito, nunca existiriam na vida real.

Sobre seus olhos ocos e fundentes ao fundo, eu gostei.
Gostei porque me incomoda tanto pensar que tem
você, ou eu, que pensamos iguais a nós...E você sabe:
isso é simplesmente, fantástico."

43

quanta dor
ausente de
passado e presente
eu quero aqui
eu quero aqui
tudo;
mas agora eu já não sei mais
se eu vi mesmo nos rostos de Modigliani
um olhar seu,
eu não sei mais se era eu atrás da pilastra
ou na frente,
mas eu sei que estava branca feito neve,
feito vácuo, feito pó,
feito história,
foi que nada foi em vão,
foi o que nada nem nunca seria em vão
eu preciso de cigarros e mar
pra desfazer o drama
e acelerar meu sono ,
eu preciso pra retardar
meu sonho, eu preciso
pra retardar meu paladar,
minha saudade, seu olhar...

sanidade é aquilo que foi
o que restou foi o amor
o que restou foi o amor
o que restou foi o amor
preciso me expremer pra voltar a caber em mim.

42

foi como me apaixonar pela primeira vez.
sentir medo como da primeira vez,
sentir frio como na primeira vez,
sentir receio da segunda vez,
e ansiar pela terceira,
quarta, quinta-feira
que eu não sei
se vai ser você
olhando em mim
de vez, inteira e na
sua cabeceira, ao seu lado
e só sorrindo, só sorrindo, só.
palavras andam -com os pés- me consumindo.
talvez eu queira exatamente por tudo a perder.

41

aprendi a engolir a seco tudo que eu não gosto.
aprendi a engolir a seco tudo que eu não ligo.
aprendi a engolir a seco tudo que eu quero.
aprendi porque que eu ficasse sempre
reclamando, seria muito simples
superar. e o que não dói,
me conforta. e não
é isso que eu
quero
agora.

40

eu falo aqui algumas mentiras.
mas é porque eu oculto as verdades,
e tem coisa que eu não quero falar
pra você, porque repetir lendo
é falar duas vezes pra mim
o que eu não quero ouvir.

às palavras sem remetente (6)

(08/09/09)
"Marisa,

Você anda cantando coração. Me desculpa se essa sempre foi você, mas antes eu não tinha tempo suficiente pra apreender. Mas sei que agora você canta meu coração... E nossa, como eu gosto de ouví-la!
Sinto que por mais longíqua eu esteja dessa realização, dessa
espera recompensada, você consegue me fazer mais humana.
Cante aos Montes e à sua! Cante mais uma vez! Cante meu coração
de novo, Marisa, pra que ele não padeça ao canto da sua voz e seja de novo, solidão."

- escritos nas nuvens do som.

39

sinto vontade de recriar meu vazio.

às palavras sem remetente (5)

(09/09/09)

"Eu posso entender da sua dor. Ter que vestir a mesma batina de manhã à noite,
sendo que por dentro você anda sentindo feito carne, feito cor, feito escravidão.
E ainda assim, como se ainda não bastasse toda essa confusão do mundo, ainda
existe a incerteza, ainda existe a dúvida e o não saber. Eu sei que ninguém vai
responder, ninguém vai te responder nada. Então eu te digo logo, amigo amor:
Saí dessa e não espera por nada além disso. Sinta a dor e saia. Saia de fininho..."

- parágrafo digitado em blog.

38

ando sobrevoando os pedestais dos meus sonhos...
e isso não é bom pra mim...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

do fractal ao inteiro

um colapso apaixonado sentido calado excitado
um colapso apaixonado sentido calado
um colapso apaixonado sentido
um colapso apaixonado
um colapso
um colapso apaixonado
um colapso apaixonado sentido
um colapso apaixonado sentido calado
um colapso apaixonado sentido calado excitado
excitado
calado excitado
sentido calado excitado
apaixonado sentido calado excitado
colapso apaixonado sentido calado excitado
um colapso apaixonado sentido calado excitado
um colapso

um culpado

(digitado à toda mão)

37

atravessei o tempo...
de modo que vice-versa e
vai e volta, de frente, farsante
e ilusão, eu virei ampulheta
do meu segredo, de modo
que nada fosse contorno
ou tornado passado,
mas que apenas fosse
fossa ou pedaço de
vice-versa e vai e volta,
de modo que fosse isso tudo
feito areia, que pode ir e vir
só se eu deixasse ela cair
dentro de um certo
tempo, contra
o vento.
o segredo do mundo é o tempo.

36

e aqui, com toda prepotência,
imunda de corpo e alma , digo logo:
eu só rimo solidão com coração porque
eu sei que os olhos escutam música quando me lêem;

e caso eu dissesse ou até falasse um pouco
da sinceridade sob as páginas brancas de ânsia,
(ainda assim) ninguém entenderia o quão escuro fica
meu quarto toda noite, e se realmente isso fosse verdade
- tudo esse nada em vão o que eu sinto agora -
ficaria preta minha visão, e caso fosse,
eu não teria um corpo pra relatar
alguma (outra) coisa otária
além dessa aqui.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

35

nunca me falei que queria ser assim,
feito atenção no meio de tudo mundo;
eu sempre quis ser assim,
feito insanidade santa,
mas só comigo mesma.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

34

agora eu entendo o porque da chaleira:
eu ponho água até ferver só pra ter o que fazer.
levantar da cadeira, apressar o passo e desligar
o fogo. é minha forma de ser responsável comigo.
aquelo apito podia me matar de tão cinema que é.

respostas à Beatriz: livrando-a de um mundo de dor

- "Os bebês, assim como você, nascem da barriga das mamães. Isso acontece quando as mamães e os papais se amam muito, e decidem ter um filhote. Eles fazem isso com muito amor, e por isso, os filhotes são sempre muito amados também. É assim com a mamãe Elefanta e o papai Elefante. Tá vendo aqui ? A gente vê no olhar deles que eles se amam... Consegue ver o sorriso no mamute bebê? Nem sempre os papais e as mamães têm filhos porque se amam, e isso não é muito bonito. E mamãe te ama muito. ó! Tá vendo? Essa girrafinha bebê vai ser protegida pelos pais por muito tempo... Assim como você."

Não exatamente a Opção 1

Um hippie me parou na rua, e ainda, inquieto, começou a tramar um anel do amor.

- "Esse aqui é o anel do amor"
Disse ele, ainda que seus pés inquietos trançassem o último espiral do tempo; aquele abaixo do coração. De estrutura verde, tudo parecia ter sentido, por mais que os olhos dele não me olhassem direito...
- "Ele é como seu coração, entregue-o à quem quiser, ou guarde para dentro de você mesma."
- "Ele é como meu coração, pegue-o para você, ou guarde-o para alguma ocasião oportuna."
- "Ele é como um anel: tenha cuidado ao usá-lo e em hipótese alguma, molhe-o de água."
- "Ele é como o amor: abuse intensamente dele, até que a estrutura, de tão cansada,
não possa mais sustentar tudo (ou nada) e derreta, mesmo que ao alcance das suas mãos..."

E de todas os opções do mundo, ali me ocorreram todas: Todas e nada, ao mesmo tempo, já que ouve-se exatamente a noção do que não se pode compreeender, e apreende-se exatamente o ruído que nunca nos sussuraram...
De toda compreensão, dia após dia, o anel deforma constantemente, frágil e sozinho, dentro do meu dedo, ou fora dele. Com toda indignação, minha esperança já não seria a mesma: uma vez que me disseram que anéis, amores, medos e dores, podem representar a mesma coisa pra você, ou pra mim. Ou pra ninguém...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

às traças

"... se você fosse neve, eu seria feito havalanche agora... "

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

33

de cabelo índio eu sonhei você...

de sua pena plena; e
ao não voar livre, na
parte da parte que é
você mais eu junto e
perto, é mais perto e
perfeito, nessa maior
e intensa imperfeição.

32

Nós, mulhereshomens
Somos sempre fração
Do possível, do irreversível
Do que poderia ter dado
Errado e encaixou
Do que poderia ter ficado

E estragou...

Nós homensmulheres
Somos sempre refração
De retardo à emoção
Do pequeno fragmento
Que congelou o momento
Certo e incorreto

Mas,
O que ficaria
Eterno se não
O homogêneo
Que fossemos nós
Mulheres e homens
E homens e mulheres?

31

o sentir é tão aqui,

e eu fico, sentada,
esperando uma carta lacrada,
falando de um amor eterno e estático,

é tão coisa de momento essa sensação,
esse êxtase vibrante, esse corpo
flutuante,

que se você fosse parar,
pra sentar, pensar ou sentir,
chorar, viver ou sonhar,
você ia ver que ali,

cartas de
amor, aqui,
são por agora,
qualquer uma coisa,

ou coisa uma qualquer,

são só seus
versos a te enganar,
intensos e externamente
exercícios do mentir,
ocultar seu paladar,
do agora, do
ouvir, de
você .

30

"E de tão gélido o meu travesseiro, até o concreto tornou-se abstrato e flúido..."

É que depois de tanto pedir um ombro pra você
eu decidi descer daqui e olhar pra frente de nós
e reparar que querendo sim, eu podia deitar a
cabeça no canto da escrivaninha e ser quem, e
exatamente alguém qual e sempre sou quando
já não estou sozinha. Poderia ter inventado as
palavras, mas quando já não enxergo a escrita
(vírgula) eu pulo as linhas da história e repicoto
o papel pautado que você escreveu que eu era
eu, exatamente sem você, chorando na parede.

"E de tão triste e drama eu decidi descer da cama e chorar no banheiro da suíte principal... "

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

29

quanto à falta de sabor,
deixe então que sua loucura alimente a minha,
mas apenas na memória, mas só e apenas agora,
não mais nem nunca mais pra depois de você.

domingo, 30 de agosto de 2009

28

me relembro que você tinha um gosto tão bom,
que de tão bom me fazia lembrar do gosto
tão amargo que veio na minha língua
quando eu fingi gostar de mim.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

27

odeio acordar meio a madrugada e sentir gosto de sangue na boca.

é tal como se,
eu tivesse adormecido
embebecida de você; é tal como se,
eu tivesse me intrometido, no seu sono
e meio que me tornasse dono de parte do
seu sonho; é tal como se, o segundo fosse
o pesadelo, ligeiro, mas suficiente
pra te fazer lembrar que hoje,
você se recordaria de mim
tal como se fosse noite,
quando eu toquei
você, esperando
pra ver, você
voltar pra
mim.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

em preto

para a Cinderela

"Senta ai na escada do castelo e espera que a meia-noite vai aparecer seu príncipe encantado."

Você já tem o sapatinho branco e as borboletas no peito...
Já tem a chave de tudo, do tempo e da espera!
Só falta um pouquinho de magia pra aquela
filha da puta da sua madrinha gorda
te enfiar na abóbora
e comer você
inteira.

Entre Lençóis Imaginários

enquanto eu me acoberto de nada
você está cheio de pretensão
que vai ser assim e saudade
que vai ser assim e passado
que vai ser assim feito final

na frente do espelho eu percebi que (as)sumia sem nem precisar sair de lá de por trás de mim

passonãoháreflexologoreflitoexistoeuadoisminutosatrásdeagora?

25

eu não quero me perder
meio a tanta coisa desaturada
meio a tanta fotografia estragada
eu não quero me perder
meio a tanta gente
meio a pouca gente
eu não quero encontrar você

gente crente da mente
mente mente e mente
sem parar de mentira
pára você que depois
paro eu
paro e reparo
que você ainda estava ali
eu só não quero me perder

24

you say you wanna revolution-on
yeah-yeah, you know

I JUST DON'T WANNA CHANGE THE WORLD
I JUST DON'T WANNA BE THE ONE
I JUST DON'T WANNA BE

sobre-imagens

quando você tem um bando de oco dentro
você vai lá e enche de cores. você está errado
e eu também não estou certa de nada disso tudo.

23

vejo uns pedaços de rosto no azulejo do banheiro
eu acho que eu arrepio porque eu acho que ninguém vê
eu vejo-as nas toalhas também
mas não nas toalhas sujas
de água

eu só vejo os rostos e só nas toalhas sequinhas
sequinhas e esperando pra secar um rosto seu

domingo, 23 de agosto de 2009

22

são milhares os grampos que me seguem na escada
degrau após degrau um atrás do outro e enfileirado
mas tem uma parte do meu cabelo que ainda cai no
olho e eu não consigo perder essa mania de esconder
meu olhar quando eu não sei mais olhar pros olhos.

21

eu guardo um segredo em mim,
um segredo milenar que trás atrás
de uma lenda lendária um conto
desmedido e forçado;
eu guardo um segredo em mim,
que parte de você sabe que nada,
ele não se configura em mente,
nem se fosse de mentira.
eu guardo um segredo em mim,
que é um versinho contado
por esse jovem sábio - e velho,
que por dentro, inteiriço, ele sabe
que esse meu negócio de segredo é ele mesmo.

20

cala a sua boca pra dizer que me ama.

19

o chato, é que eu não sou toda poesia.

quando ao sentir não cabe pontuar nem o final

subindo subindo e lá se vai sua mais imponente forma de purificação que te faz humano e carente aos olhos dela(e) e é parte mais fraca de você e é tão seca que te faz perdê-la flúida que te faz dançar no mar dessa alma nossa e minha não me interessa mais quando eu penso que você não faz parte do outro lado da cama do corpo que ascende na espera de voltar pra dentro dela e ver que existe razão pra ficar cada coisa no seu lugar e se bastasse você não caberia ao amor amar não acabaria o amar amor

às palavras sem remetente (6)

(hoje)

"Eu precisei fazer isso, porque mesmo com todos os cheiros do mundo, eu nunca vou saber do seu. Eu precisei fazer isso, porque mesmo com todos os sabores do mundo, eu nunca vou ser o seu. O seu você qualquer um, o seu você que está ai. Está ai, ou estava, ou já não está mais. Eu precisei fazer isso porque eu nunca consigo (ver?) todas as pessoas do mundo, e isso é tão dolorido e sem cor, que eu prefiro ser um pedaço da memória a fazer parte da minha história.

Ame ou seja amado, e sim,
Ame ou seja amado, se destrua assim."

- nunca escrito.

18

não, assim não.
assim é pouco
pra mim, assi
m é pouco pra
mim, não assi
m não, assim
não. assim é
pouco pra mi
m, assim é po
uco pra mim.

17 - Sinédoque NY

eu não calei minha boca pra te ver sofrer.
eu fiquei quieta porque tinha que ser.
ditam-nos as regras, é só seguir..
é só seguir, seguindo
e seguindo e

feito a casa que pega fogo;
pega fogo e te mata de fumaça
sem que você possa sentir calor.
era difícil de te ver embassado mas,
eu conseguia enxergar uma parte do
seu vazio que nem você podia tentar ver.

mas minha alma é cadavérica

se comida fosse a solução,
eu nunca teria sido,
resposta.

16

eu sempre preciso de música entoando meu canto.
desesperar é típico meu, típico dor.
mas eu gosto mesmo é de ver

no espelho, nua, que ainda
estou me tornando -aquilo-
exatamente -aquilo- o que
eu nunca iria
conseguir
ser um
dia.

15

tem um pedaço de memória
que se derrete todinho
quando lembra
do que (se) foi.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

14

seus passos e seu cheiro andam me incomodando.
vem logo tirar isso daqui.
vem logo.

às palavras sem remetente (3)

(10/08/09)
"Lis,

O pessoal andou falando que o Franz estava afim
de um menino. Mas eu nunca acreditei nisso, nem
nunca acreditaria. Acho que se o Franz virou homossexual
ele só pode estar muito louco. Deve ser a falta do pai dele, né.
E isso pode explicar porque ele acordou naquele dia e era uma barata.
Acho que isso explica tudo.

Me liga pra gente ir fumar um cigarro. Na quinta."

- pedaço de papel branco, tinta azul.
- embaixo da lata antiga de biscoitos, na cozinha.

às palavras sem remetente (2)

(sem data)
"rê,

Desce o mais rápido que você puder
porque vai dar pra notar só de olhar pra mim,
o que foi que passou aqui.

mas desce logo rê, antes que minha palidez vá embora."

- pedaço de papel amarelado, dobrado em formato de avião, tinta azul.

13

bastaria olhar pra sua cara
pra fuder com minha vida.

12

sinto falta de não ter vivido essa história direito...
sinto saudade do universo todo,
mas não de um mundo inteiro.

às palavras sem remetente (1)

(sem data)
"Renata.

Ele viu as fotos e ficou sorrindo memeando a cabeça de
maneira positiva. Ai eu perguntei o que ele tinha achado.
Ele disse que ficaram lindas e que algumas tinham
ficado pervertidas."

- pedaço de papel escolar pautado, tinta preta.

Ao pó das minhas sensações

são as palavras que nunca viram pó...
as memórias viram, as memórias viram.

eu não sinto o gosto,
eu não vejo o rosto,
mas eu consigo cantar
as palavras,
eu consigo cantar
os pedaços das palavras ...

às cartas sem destino (3)

"existe um alguém...

que passei a procurar todos os dias em meus sonhos,
que me faz viajar com seu nome em minha mente,
que preciso ver para estar bem,
que me faz bem em saber que está vivo,
que necessito...
que faço de tudo para ver todos os dias,
que está longe de mim mesmo estando tão próximo,
não me enxerga, não consegue me ver...
não me dá esperanças, só me faz sentir cada vez, com mais vontade de
sentí-lo, de abraçá-lo, de tê-lo...
Perdoa-me se insisto em querer-te,
é que meu coração não conhece outro refúgio a não ser seus olhos..."

renata 22/08/04

- papel A4 branco, tinta preta, computador.

às cartas sem destino (2)

"Enquanto outro eu esquecia, eu minha mente você
rondava...
Agora parece estas tão presente em meus pensamentos,
em meus sonhos, em minha vida, mesmo que em mim não
penses.
Tornou-se tão importante em tão pouco tempo...
Agora desejo te esquecer não sais de minha mente...
Já estas em meu coração...
Pareço tão certa de meu sentimento e você tão certo em
relação ao seu... eu sei que me sinto muito feliz e satisfeita
ao seu lado, mas já ti, não precisa de mim em seus sonhos...
Espero não ser a culpada de não sonhar comigo... de não me
ver com os olhos que te vejo, e que quando vejo derramam
um mar de saudade...
Um sentimento tão recente que parece ter anos... pareço
sentir você... e te quero aqui... só pra mim..."

renata 03/06/02

- papel A4 branco, tinta preta, computador.

às cartas sem destino (1)

DE:?
PARA:?
(escrito no envelope, branco, em tinta azul)

"Por mais longe que você esteja,
em mim você sempre estará perto!

Com amor,
R.

24/12/01"

-pedaço branco de papel, tinta azul.

os restos da história (5)

"UMA linha de suicídios segue
minha mente.
Obcecada pela morte
mas com medo de abraçá-la...
Sinto calafrios
E minha voz se cala
Quando por mim a brisa leva
é ela que por aqui passa
é a morte que me chama
e minha alma que declama."

- post-it, tinta azul, 2003.

os restos da história (4)

"Ainda sinto a maciez
das mãos que me abraça-
vam fazendo com que
mais agitadas ficassem
as águas de meu coração
Ainda sinto o cheiro do
doce perfume que inva-
dia meu ser fazendo
com que minhas mãos
tremessem demasiada-
mente
Ainda vejo nos turvos
olhos de meu homem
o brilho e a pureza
que me faziam respirar
Ainda vejo que a essência
da vida me encontra
no pôr-do-sol, no horizonte,
nas estrelas e nos dias
de chuva que tive você como
o calor do meu corpo.
Só não enxergo o que
(eu) deveria ver...
É impossível ter você."

- caderno pautado, tinta roxa, 2003.

os restos da história (3)

"Foi você,
Que me fez sonhar pela primeira vez um
sonho infinito, fez meus pés saírem do
chão, e minha mente não ter sentido.

Foi culpa da lua, eu te perceber."

-papel A4 branco em tinta azul, 2003.

os restos da história (2)

"Gostaria que você soubesse que ultimamente
a admiração que tenho por você vem aumentando.
Você é meu super amigo(pelo menos eu considero),
mais algo em você me encantou.
Espero que você não fique grilado com a história,
pois isso afetaria nossa comunicação.
Para mim é bem complicado ter de expressar meus
sentimentos em uma carta, que para você pode até
mesmo ser insignificante.
Gosto muito de você assim e espero que não mude.
Escrevo abaixo poemas pequenos e incomparáveis
aos meus sentimentos, mais que para mim trazem um certo
conforto:
"Quando olhar para o céu,
e começar a chover,
lembre que são meus olhos,
que choram por não te ter."

"Queria ser uma lágrima,
para nascer em seus olhos,
percorrer seu rosto,
e morrer em seus lábios."

Essa carta não foi nem a metade do que eu pretendia
dizer, nem a metade...
Beijos,
Renata."

- papel A4 branco em tinta vermelha e preta, em computador, 2002.

os restos da história (1)

vestígios, restantes

Sobre Regina Spektor

"E eu estou aos prantos...
Meu canto é ela"

"Para a mulher que acabou com minha vida"

Quero um bar,
um vestido rasgado,
uma bebida barata,
fumando em piteira,
a noite inteira...
Nos braços de um babaca,
que nunca vá subistituir
o vazio do meu passado cheio...
Que eu seja um corpo
posto numa lingerie antiga,
que eu seja só poesia pouca,
mas eterna e fiel sentimento...
Que seja eu,
que eu seja hoje,
que eu seja triste,

E tem música...
Ex plo din do pela minha roupa...

"É que eu estava com um choro preso na garganta,
e ela foi; e o traduziu em música..."

domingo, 9 de agosto de 2009

à todo platonismo que houver no mundo

eu ando flutuando sobre a sua gravidade...

sábado, 8 de agosto de 2009

Sobre Maria Madalena

E no canto do quarto, sentada numa cadeira de balanço entoou essas letras feito poema:

"São essas minhas memórias de subsolo...
e não cabe a você entender, porquê."

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

11

my heart is across the river
my heart is across the river
my heart is across the river

domingo, 2 de agosto de 2009

10

me deixa triste não escrever palavras no papel
tal como eu pinto histórias de amor...

eu só quero um pedaço do céu.

9

nossas palavras parecem se encontrar,
mas nossos corpos já não estão mais lá...

naquele lugar-ar-ar

singrando os mares do nosso deserto,
eu já não sei se o que eu faço é certo...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

8

dentes de leão e
cordas de violão...
ah! se eu tivesse olhado
pro chão antes do vento
me dizer que tudo
começa no Dó e
termina no Si.

"Sobre Você(s)"

me deparar parando é pior que me parar reparando.

7

pedaço fadado do meu tudo,
todo pequeno do meu mundo.
e eu preciso sair...
e vai que eu vejo (!)


e tem umrestodequasenada
de você; sobrando em mim...

6

vou colorir o mundo em cores de preto e branco.
é só pra ver se entra mais drama e permanece...
é só pra ver se entra mais drama e prevalece...
é só pra ver se entra mais drama e mais drama.

5

eu só queria um pedaço de grama.
e cama. e cama. e cama. e cama.

4

eu não pedi pra tua boca ficar,
nem pro céu ou pro luar
rimarem ao ritmo
do seu som.
eu só pedi pro tempo um tempo a mais, nada demais;
mas com rima fraca assim, o seu tempo não volta pra mim.

3

se eu soubesse como te calar nessa madrugada - nua,
te colocaria dentro de mim pra não sair nunca mais.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

2

quando essa coisa brilha
quando essa coisa brilha
essa coisa chove em mim.

1

prefiro fingir,
prefiro fugir e
ficar.