sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não exatamente a Opção 1

Um hippie me parou na rua, e ainda, inquieto, começou a tramar um anel do amor.

- "Esse aqui é o anel do amor"
Disse ele, ainda que seus pés inquietos trançassem o último espiral do tempo; aquele abaixo do coração. De estrutura verde, tudo parecia ter sentido, por mais que os olhos dele não me olhassem direito...
- "Ele é como seu coração, entregue-o à quem quiser, ou guarde para dentro de você mesma."
- "Ele é como meu coração, pegue-o para você, ou guarde-o para alguma ocasião oportuna."
- "Ele é como um anel: tenha cuidado ao usá-lo e em hipótese alguma, molhe-o de água."
- "Ele é como o amor: abuse intensamente dele, até que a estrutura, de tão cansada,
não possa mais sustentar tudo (ou nada) e derreta, mesmo que ao alcance das suas mãos..."

E de todas os opções do mundo, ali me ocorreram todas: Todas e nada, ao mesmo tempo, já que ouve-se exatamente a noção do que não se pode compreeender, e apreende-se exatamente o ruído que nunca nos sussuraram...
De toda compreensão, dia após dia, o anel deforma constantemente, frágil e sozinho, dentro do meu dedo, ou fora dele. Com toda indignação, minha esperança já não seria a mesma: uma vez que me disseram que anéis, amores, medos e dores, podem representar a mesma coisa pra você, ou pra mim. Ou pra ninguém...

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