quanto mais eu deixo eu deixo a lágrima cair
do meu olho, mas extenso fica o faixe de luz
terça-feira, 27 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Retrato Clássico
sábado, 24 de outubro de 2009
118
andarilho eu sou,
do passado, salgado,
desmantelado, secreto,
aberto, segredo contado,
sentido esmiuçado, pequeno,
inexistente, a saudade é latente;
do passado eu fiz presente, do sentir
eu fiz nascente, ascendente, amor crescente
do passado, salgado,
desmantelado, secreto,
aberto, segredo contado,
sentido esmiuçado, pequeno,
inexistente, a saudade é latente;
do passado eu fiz presente, do sentir
eu fiz nascente, ascendente, amor crescente
117
e de tanto te rebobinar
eu perdi nossa história
e de tanto rever teu olho
ele descoloriu o meu; seu
sorriso veio pra amarelar
a memória, sepiar, reviver
nesses sonhos, sem perdão;
toma meu coração assim...
surgir, sumir e se dissolver
renascer, existir, reacender
sonhar, dormir, amanhecer
deitar, morrer e adormecer
eu perdi nossa história
e de tanto rever teu olho
ele descoloriu o meu; seu
sorriso veio pra amarelar
a memória, sepiar, reviver
nesses sonhos, sem perdão;
toma meu coração assim...
surgir, sumir e se dissolver
renascer, existir, reacender
sonhar, dormir, amanhecer
deitar, morrer e adormecer
116
há imagens demais
e me traduzem gente de
menos, demasiadamente muitas;
múltiplas e capazes demais pra eu aceitar
que eu não possa ser demasiado;
mas de menos, debaixo e
distante, longe e exato
igual à esse bando
de mundos; e há
gente demais
aqui e ali
e lá
e me traduzem gente de
menos, demasiadamente muitas;
múltiplas e capazes demais pra eu aceitar
que eu não possa ser demasiado;
mas de menos, debaixo e
distante, longe e exato
igual à esse bando
de mundos; e há
gente demais
aqui e ali
e lá
115
sei que você já entranhou
mas não entranhou nada
ainda não; mas me dá oi
e me diz que tem vida! e
revive parte do lado real
de caminhar, e olhar pra
frente e trás, o lado certo
mas não entranhou nada
ainda não; mas me dá oi
e me diz que tem vida! e
revive parte do lado real
de caminhar, e olhar pra
frente e trás, o lado certo
114
odeio que reclamem do meu abandono
e é muito egoísmo querer meu sorriso
e é muito egoísmo eu querer que você
queira exatamente assim, como penso
eu, ego, ísmo, centro, meio, parte, sua
e é muito egoísmo querer meu sorriso
e é muito egoísmo eu querer que você
queira exatamente assim, como penso
eu, ego, ísmo, centro, meio, parte, sua
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
113
eu não te sinto invadir
nosso universo intacto
descansa e permanece...
se as palavras eu conto pra tantos;
meu sofrimento eu guardo pra nós
o sentimento eu vivo agora, depois
nosso universo intacto
descansa e permanece...
se as palavras eu conto pra tantos;
meu sofrimento eu guardo pra nós
o sentimento eu vivo agora, depois
112 - Wendel
partitura indecifrável
pedaço de trama
de pano de
pijama
de noite
dessa vida que
te leva e trás de volta
e nunca te faz igual à antes
pedaço de trama
de pano de
pijama
de noite
dessa vida que
te leva e trás de volta
e nunca te faz igual à antes
111
I miss me back!
mas eu não sei...
quê foi ontem
o que fui hoje
ou o que serei
quando for pó
de areia, de sol
que não vi de nu
que não vistí, poder
do que não pudí; e eu,
que não vi a lua morrer pra
cantar, mas vi estrela no 'séu'
ar, decifrante; mirante dos
olhos, verdes, esvoaçantes
eternizados, agonizantes, e
seus, seus e meus, eternos
[peço permissão pra "acovardar" a rima, errando]
mas eu não sei...
quê foi ontem
o que fui hoje
ou o que serei
quando for pó
de areia, de sol
que não vi de nu
que não vistí, poder
do que não pudí; e eu,
que não vi a lua morrer pra
cantar, mas vi estrela no 'séu'
ar, decifrante; mirante dos
olhos, verdes, esvoaçantes
eternizados, agonizantes, e
seus, seus e meus, eternos
[peço permissão pra "acovardar" a rima, errando]
110
porque só você não pode me fazer o favor
de olhar pra minha cara, implorar por um
segredo? partilhado, compartilhando-me
com um momento e só, e juntos, abraçar;
envolver seu braço num colo calmo, seu e
meu e nosso também... porque só você não
vem me perguntar o que é eu sofrendo por
dentro? e porque meu canto calou, sereno...
de olhar pra minha cara, implorar por um
segredo? partilhado, compartilhando-me
com um momento e só, e juntos, abraçar;
envolver seu braço num colo calmo, seu e
meu e nosso também... porque só você não
vem me perguntar o que é eu sofrendo por
dentro? e porque meu canto calou, sereno...
109
saber que isso pode virar algo sério
me agonia demais, me desequilibra;
saber que posso transformar a noite
em livro me tira a paz; e rendo-me,
e foi o tempo atrás: eu era feliz, sim;
eu feliz e inteira, partida em partes
eu infeliz e metades, completa enfim
me agonia demais, me desequilibra;
saber que posso transformar a noite
em livro me tira a paz; e rendo-me,
e foi o tempo atrás: eu era feliz, sim;
eu feliz e inteira, partida em partes
eu infeliz e metades, completa enfim
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
108
essa minha noite me inspira a fim
mas não quero me livrar de mim
ainda que doa
a melodia entra
e toca: minha mãe
chora me vendo tão
sozinha; mas ela sabe,
que o sol vem e me cura de
novo, nova, limpa e eternamente
mas não quero me livrar de mim
ainda que doa
a melodia entra
e toca: minha mãe
chora me vendo tão
sozinha; mas ela sabe,
que o sol vem e me cura de
novo, nova, limpa e eternamente
107
é como se eu esperasse pelo fim com a poesia do cinema
já que podiam, em menos de um segundo, em uma frase
interromper com tudo que havia; e mesmo que em dois
já que podiam, em menos de um segundo, em uma frase
interromper com tudo que havia; e mesmo que em dois
106
eu vi o reflexo do meu rosto no espelho
e era parecido com a morte
roxa, branca
inchada
enorme
mas eu não queria detalhar
já que não posso crer nisso
e era parecido com a morte
roxa, branca
inchada
enorme
mas eu não queria detalhar
já que não posso crer nisso
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
104
mas é meu
o canto mudo que
luta contra essa minha
genialidade, vai e contraria
minha vontade, e "o meu mundo
me cega"; aqueta minha capacidade,
interrompe minha vida,
desqualifica e irrita,
desvirtua essa
descida
não
há saída
para o fraco no tranco
sentado, esperanto, quieto
e atento ao enxergar até quem
não se diz coisa pra ver, não há subida
para o fraco de encanto, não há
bom dia, não há entrada
porta vazia
o canto mudo que
luta contra essa minha
genialidade, vai e contraria
minha vontade, e "o meu mundo
me cega"; aqueta minha capacidade,
interrompe minha vida,
desqualifica e irrita,
desvirtua essa
descida
não
há saída
para o fraco no tranco
sentado, esperanto, quieto
e atento ao enxergar até quem
não se diz coisa pra ver, não há subida
para o fraco de encanto, não há
bom dia, não há entrada
porta vazia
103
eu sinto sua perda como Piaf sentiu partir, amante
eu sinto sua falta como Piaf sentiu de si, intensa
e sinto ausência como Piaf sempre sentiu-se
só, eu sinto como Piaf sente a música
com as mãos, ouvidos e peito
com o passado que não
importa mais
eu sinto sua falta como Piaf sentiu de si, intensa
e sinto ausência como Piaf sempre sentiu-se
só, eu sinto como Piaf sente a música
com as mãos, ouvidos e peito
com o passado que não
importa mais
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Metáfora Floral
Uma flor, do jardim da casa do lado da outra.
Ela vivia numa graminha verde, uma graminha linda e vasta. Era lindo na verdade, a graminha era menino.
Tinha mais um monte de flor por lá. Cada uma mais formosa que a outra, cada uma ainda mais cheirosa. Tinha flor roxa-viva, tinha vermelha-sangue, e laranja-laranja. Tinha rosa desbotada, rosa cor-de-boca, rosa choque. Eram essas as mais desejadas. Se não fosse tão bonita assim, bastava que o cheiro caísse bem. Na verdade, aquelas graminhas adoravam dizer que se atraiam mais pelo cheiro das flores; do que propriamente pela beleza de suas cores. Pura piada! Flor de Lis sabia disso [ela, o protagonista dessa história]. Ela sabia, que naquele jardim, a estética era dominante na conquista. Graminhas lindas, pensava. Lindos, quis dizer. Nada mais que lindos, já que ainda iriam pagar pelo pecado da gula da beleza, da plástica das pétalas, dessa única coisa sobre a qual eles queriam saber. Um dia, pétalas cairiam sobre terra e de nada mais valeriam.Flor de Lis era amarelada. Talvez um pouco sépia, ou até vintage. Envelheceu com o tempo. Estava em frangalhos.Tempo muito pouco foi concebido à vida das flores. Mortas pela brutalidade da mãe natureza, pela mão do homem. Por isso elas tinham de viver. Tinham de aproveitar todo o sol de todos os dias! Tinham de aproveitar toda a água e todo os sais que a mãe terra dava. Tinham que se balançar com a brisa, dançar no vento... Tinham que viver logo. Tinham que vencer barreiras, superar as perdas, atravessar os muros!- E foi nesse momento de reflexão, que flor de Lis viveu. Ei! Ela podia ver através da fresta do cercadinho que circundava seu jardim, o jardim da casa ao lado. Era bonito! Era ainda mais florido, era ainda mais colorido :] Encheu teus olhos de felicidade... Depois de tanto tempo, flor de Lis podia ver coisa diferente, flor de Lis via coisa nova.. Flor de Lis via;...Flor de Lis via;...Flor de Lis via algo que acabara de deixá-la derretida.
Que isso que ouve? Por que a respiração mudou? Porque seus vasos comunicantes nem conseguiam mais se comunicar?Deu pane no sistema? Parecia que ela suava pelo caule, parecia que estava desnuda, era como se a raiz estivesse trêmula.Ela avistara um belo arbusto. Arbusto verde e encatador, no seu canto, cheio de brilho especial. Uma luz entorpecente, um ar de maturidade, totalmente criado em alto contraste. Ainda pequeno, mas notável o suficiente pra ser avistado por mais longe que estivesse.Queria ela uma barreira, para cercar aquela planta linda que conhecera, de forma que ninguém mais a visse. Flor de Lis queria guardá-lo para ela, só para ela, em uma caixinha de cristal, quiçá. Preciosidade, raridade de jardins,especial e motivo para a felicidade dela.Tão longe, tão longe. Assim a desafiava a querer ainda mais. Ela ia chegar lá, não importava como.
Nos últimos dias notou uma coloração diferente, parecia que estava mais viva.Ela tinha mais alegria na folha, mais cor de alegre. Rezou pra que chegasse a ventania. Queria que o vento levasse consigo uma parte dela, e troussesse, por ironia do destino, um pedaço do seu verde arbusto.Assim, ela teria parte dele, e ele, poderia notar sua existência.
Passou de tudo, chuva. Temporal, dilúvio, chuvinha fraca, fina brisa.Chegou o sol, chegou a insolação, chegou sua seca. Ficava desbotadinha, assim.Chegou a ventania. Chegou a bonança, chegou a esperança. A ventania era a única que os podia unir.Dias que doem também. As vezes vento batia tão forte, que seu caule quase se partia. Tinha medo, mas tinha mais vontade que tudo junto.
Bateu o vento. Foi esse que arrancou uma petalazinha. Ela pediu muito para que caísse perto dele. Não foi dessa vez. Bateu o vento de novo, arrancou outra parte. Dessa vez foi longe demais. Outra vez e nem saiu do lugar. Outra vez, outra vez. E a cada hora ela ia perdendo uma petalazinha, e suas forças. Outra vez. Outra... Essa agora a levara. Ela já estava inconsciente, sem noção de rumo. Lá dentro pedia para que ao menos pudesse viver, para vê-lo outra vez.Pura bobagem. Ela apagou.
- Por mais impossível que possa parecer, se cultivadas com carinho, todas as flores têm sete vidas. Mesmo caídas, mortas, secas; se houver um sentimento maior, elas sempre voltam a ver o sol. Flor de Lis pôde ver o sol nascer em formato cardíaco. Ela via agora um coração em tudo da vida, tudo valia mais a pena. Por algum motivo que só o destino pode explicar, ela amanheceu plantada no jardim do vizinho; do lado de seu arbusto amor. Dizem que foi uma tal de vontade que a replantou. Uma tal vontade de ser feliz.
Dizem também no subsolo que a primeira palavra a ser dita foi um oi. Oi típico de flor. Hoje? Fotossintenzam juntos.
[esse texto data de quando houver amor]
Ela vivia numa graminha verde, uma graminha linda e vasta. Era lindo na verdade, a graminha era menino.
Tinha mais um monte de flor por lá. Cada uma mais formosa que a outra, cada uma ainda mais cheirosa. Tinha flor roxa-viva, tinha vermelha-sangue, e laranja-laranja. Tinha rosa desbotada, rosa cor-de-boca, rosa choque. Eram essas as mais desejadas. Se não fosse tão bonita assim, bastava que o cheiro caísse bem. Na verdade, aquelas graminhas adoravam dizer que se atraiam mais pelo cheiro das flores; do que propriamente pela beleza de suas cores. Pura piada! Flor de Lis sabia disso [ela, o protagonista dessa história]. Ela sabia, que naquele jardim, a estética era dominante na conquista. Graminhas lindas, pensava. Lindos, quis dizer. Nada mais que lindos, já que ainda iriam pagar pelo pecado da gula da beleza, da plástica das pétalas, dessa única coisa sobre a qual eles queriam saber. Um dia, pétalas cairiam sobre terra e de nada mais valeriam.Flor de Lis era amarelada. Talvez um pouco sépia, ou até vintage. Envelheceu com o tempo. Estava em frangalhos.Tempo muito pouco foi concebido à vida das flores. Mortas pela brutalidade da mãe natureza, pela mão do homem. Por isso elas tinham de viver. Tinham de aproveitar todo o sol de todos os dias! Tinham de aproveitar toda a água e todo os sais que a mãe terra dava. Tinham que se balançar com a brisa, dançar no vento... Tinham que viver logo. Tinham que vencer barreiras, superar as perdas, atravessar os muros!- E foi nesse momento de reflexão, que flor de Lis viveu. Ei! Ela podia ver através da fresta do cercadinho que circundava seu jardim, o jardim da casa ao lado. Era bonito! Era ainda mais florido, era ainda mais colorido :] Encheu teus olhos de felicidade... Depois de tanto tempo, flor de Lis podia ver coisa diferente, flor de Lis via coisa nova.. Flor de Lis via;...Flor de Lis via;...Flor de Lis via algo que acabara de deixá-la derretida.
Que isso que ouve? Por que a respiração mudou? Porque seus vasos comunicantes nem conseguiam mais se comunicar?Deu pane no sistema? Parecia que ela suava pelo caule, parecia que estava desnuda, era como se a raiz estivesse trêmula.Ela avistara um belo arbusto. Arbusto verde e encatador, no seu canto, cheio de brilho especial. Uma luz entorpecente, um ar de maturidade, totalmente criado em alto contraste. Ainda pequeno, mas notável o suficiente pra ser avistado por mais longe que estivesse.Queria ela uma barreira, para cercar aquela planta linda que conhecera, de forma que ninguém mais a visse. Flor de Lis queria guardá-lo para ela, só para ela, em uma caixinha de cristal, quiçá. Preciosidade, raridade de jardins,especial e motivo para a felicidade dela.Tão longe, tão longe. Assim a desafiava a querer ainda mais. Ela ia chegar lá, não importava como.
Nos últimos dias notou uma coloração diferente, parecia que estava mais viva.Ela tinha mais alegria na folha, mais cor de alegre. Rezou pra que chegasse a ventania. Queria que o vento levasse consigo uma parte dela, e troussesse, por ironia do destino, um pedaço do seu verde arbusto.Assim, ela teria parte dele, e ele, poderia notar sua existência.
Passou de tudo, chuva. Temporal, dilúvio, chuvinha fraca, fina brisa.Chegou o sol, chegou a insolação, chegou sua seca. Ficava desbotadinha, assim.Chegou a ventania. Chegou a bonança, chegou a esperança. A ventania era a única que os podia unir.Dias que doem também. As vezes vento batia tão forte, que seu caule quase se partia. Tinha medo, mas tinha mais vontade que tudo junto.
Bateu o vento. Foi esse que arrancou uma petalazinha. Ela pediu muito para que caísse perto dele. Não foi dessa vez. Bateu o vento de novo, arrancou outra parte. Dessa vez foi longe demais. Outra vez e nem saiu do lugar. Outra vez, outra vez. E a cada hora ela ia perdendo uma petalazinha, e suas forças. Outra vez. Outra... Essa agora a levara. Ela já estava inconsciente, sem noção de rumo. Lá dentro pedia para que ao menos pudesse viver, para vê-lo outra vez.Pura bobagem. Ela apagou.
- Por mais impossível que possa parecer, se cultivadas com carinho, todas as flores têm sete vidas. Mesmo caídas, mortas, secas; se houver um sentimento maior, elas sempre voltam a ver o sol. Flor de Lis pôde ver o sol nascer em formato cardíaco. Ela via agora um coração em tudo da vida, tudo valia mais a pena. Por algum motivo que só o destino pode explicar, ela amanheceu plantada no jardim do vizinho; do lado de seu arbusto amor. Dizem que foi uma tal de vontade que a replantou. Uma tal vontade de ser feliz.
Dizem também no subsolo que a primeira palavra a ser dita foi um oi. Oi típico de flor. Hoje? Fotossintenzam juntos.
[esse texto data de quando houver amor]
102
eu prefiro um objeto cortante,
e essa ou sua dor excruciante,
e meu antigo sorriso vitorioso;
ali um abraço eterno, gostoso...
eu prefiro encerrar o discurso.
remoer e imendar as palavras,
já que tudo está ficando igual,
em cada hora há menos graça;
"e você que não venha encher meu saco!"
essa é uma expressão que eu inventei
pra mim, pra eu não ficar tão só assim...
e ainda mais expressiva, eu prefiro que uma fita adesiva
venha tampar minha boca e tomar meu quarto de choro
porque ainda que não me corte os pulsos, me corta a fala
e essa ou sua dor excruciante,
e meu antigo sorriso vitorioso;
ali um abraço eterno, gostoso...
eu prefiro encerrar o discurso.
remoer e imendar as palavras,
já que tudo está ficando igual,
em cada hora há menos graça;
"e você que não venha encher meu saco!"
essa é uma expressão que eu inventei
pra mim, pra eu não ficar tão só assim...
e ainda mais expressiva, eu prefiro que uma fita adesiva
venha tampar minha boca e tomar meu quarto de choro
porque ainda que não me corte os pulsos, me corta a fala
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
100
eu também tenho urgência
e eu também preciso disso
somos nós dois, conectados
somos nós dois, conectados
[13 minutes ago]
e eu também preciso disso
somos nós dois, conectados
somos nós dois, conectados
[13 minutes ago]
99
não tenho medo da solitude
tenho medo é de viver plena...
e leve, brisa e vento; não tenho
medo de não estar aqui, tenho medo
é de estar ai, exato ao seu lado, revivendo,
me ver renascer, amanhecendo; feliz, sorrir;
não tenho medo do que isso tudo nada que tenho,
tenho medo de tudo que poderia ganhar e perder de novo;
não tenho medo da falta de coerência, mas tenho medo de sentir
sentido; não tenho medo de temer coisa alguma, mas tenho medo
de sentir pavor e amor, felicidade sem dor, plenitude sem vazio;
não tenho medo da solidão, dela fiz base, chão;
tenho medo é do completo, certo, eterno;
tenho medo de ter, poder, sentir, ser
eu de novo você, eu de novo.
tenho medo é de viver plena...
e leve, brisa e vento; não tenho
medo de não estar aqui, tenho medo
é de estar ai, exato ao seu lado, revivendo,
me ver renascer, amanhecendo; feliz, sorrir;
não tenho medo do que isso tudo nada que tenho,
tenho medo de tudo que poderia ganhar e perder de novo;
não tenho medo da falta de coerência, mas tenho medo de sentir
sentido; não tenho medo de temer coisa alguma, mas tenho medo
de sentir pavor e amor, felicidade sem dor, plenitude sem vazio;
não tenho medo da solidão, dela fiz base, chão;
tenho medo é do completo, certo, eterno;
tenho medo de ter, poder, sentir, ser
eu de novo você, eu de novo.
o dia em que a noção virou sentido
caro Ivan,
"fecho os olhos e posso me ver cantar.
reinando, no centro, da forma que sei
que sou, metade do que seja agora, e,
de olho fechado, ecoando pra dentro o
meu canto vai, ali, na frente, de vocês
para mim, de mim para além, fluindo
e a fronte estão os dois, amantes, eles
e eu; constante da minha solidão, ela;
sou eu, sozinha, eterna, interna, rasa"
[01:13 da manhã . 19/10/09]
"fecho os olhos e posso me ver cantar.
reinando, no centro, da forma que sei
que sou, metade do que seja agora, e,
de olho fechado, ecoando pra dentro o
meu canto vai, ali, na frente, de vocês
para mim, de mim para além, fluindo
e a fronte estão os dois, amantes, eles
e eu; constante da minha solidão, ela;
sou eu, sozinha, eterna, interna, rasa"
[01:13 da manhã . 19/10/09]
98
pegue ali pra mim; por favor...
eu preciso regarrar a bateria
mas minha mão treme tanto
que eu não consigo chegar lá.
eu preciso regarrar a bateria
mas minha mão treme tanto
que eu não consigo chegar lá.
96
ouvir esse blues me dói tão dentro
que eu já não sei mais o que te falar.
mas ah, meu amor... se você me olhasse
nos olhos, aqui, ia saber que minha alma é velha;
velha, fraca e doentia; velha, aos pedaços e eternamente
fria
que eu já não sei mais o que te falar.
mas ah, meu amor... se você me olhasse
nos olhos, aqui, ia saber que minha alma é velha;
velha, fraca e doentia; velha, aos pedaços e eternamente
fria
domingo, 18 de outubro de 2009
95
enumero feito produto
sem medo, pra mentir
pra mim que tem amor
no meio, pra fingir que
não estou vendo. você;
repetido o movimento
sem medo, pra mentir
pra mim que tem amor
no meio, pra fingir que
não estou vendo. você;
repetido o movimento
da escrita vazia, errada
"e iluminada, ouvindo "Claire de Lune" soar pelos cantos;
ali, sentada de branco, o canto direito do corpo torto. há
quem seu peito destinara a morte: kill me, please. e suas
letras garrafais, em preto, escorrendo, junto ao rímel; e o
olho descrente e dissolvido no passado, sumiam e surgiam
ao mesmo tempo que ela olhava pra ele, no olhar, de olhar
despido, fotografava a eternidade instantânea que era ela"
ali, sentada de branco, o canto direito do corpo torto. há
quem seu peito destinara a morte: kill me, please. e suas
letras garrafais, em preto, escorrendo, junto ao rímel; e o
olho descrente e dissolvido no passado, sumiam e surgiam
ao mesmo tempo que ela olhava pra ele, no olhar, de olhar
despido, fotografava a eternidade instantânea que era ela"
sábado, 17 de outubro de 2009
93
e ai de mim fracassar
se a terra pode pensar só nela
eu também posso ser ego; meu
e sem medo de errar
se a terra pode pensar só nela
eu também posso ser ego; meu
e sem medo de errar
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
o instante #1 outubro, calor e dor, medo
"Quando o medo fala mais alto, eu arrego. Não gosto do gosto da competição, nem da capacidade de fazê-la. Prefiro estar amenamente desequilibrada por dentro, mas sem surtir nem um cado de possibilidade pra quem me vê. Inconstante, constante; insegura. Te deixo invadir por muita fibra capilar e falsidade. Não sou parte de mim agora. Acho que na verdade eu nunca soube ser eu. Que bom, é porque prefiro nem me arriscar sair de dentro do quadrado verde que me encontro. Não quero as palavras, não"
92
é mentira
porque caso
você me desse a
mão na praia, olhando
pro céu, eu não ia conseguir
nada além dali, eu seria eterno
e instante, ali, e nada além dali, e
nada além de tudo intenso infinito
nada além de tudo infinito intenso
e nada além dali, ali, e instante, e
eu seria eterno, nada além dali
eu não ia conseguir, pro céu
olhando, mão na praia
você a me desse
porque caso
mentira é
porque caso
você me desse a
mão na praia, olhando
pro céu, eu não ia conseguir
nada além dali, eu seria eterno
e instante, ali, e nada além dali, e
nada além de tudo intenso infinito
nada além de tudo infinito intenso
e nada além dali, ali, e instante, e
eu seria eterno, nada além dali
eu não ia conseguir, pro céu
olhando, mão na praia
você a me desse
porque caso
mentira é
saltimtantos
e agora eu penso,
e agora não;
e agora eu sinto,
e agora não;
e agora eu não,
e agora eu;
e agora?
e agora não;
e agora eu sinto,
e agora não;
e agora eu não,
e agora eu;
e agora?
90
tem coisa aqui dentro que não sara não
e eu temo não te ver como esse monte
de luz, brilhando, levitando, gravitacional,
intencionalmente acidental, gráfico, único;
e cinematográfico por difusão, natural-não
me incomoda seu dedilhado, sua perfeição;
me retalha sua magia, costura minha visão
ainda não me hipnotizaria porque temo tal
como tantos, ser finalmente aos pés seus, só
e eu temo não te ver como esse monte
de luz, brilhando, levitando, gravitacional,
intencionalmente acidental, gráfico, único;
e cinematográfico por difusão, natural-não
me incomoda seu dedilhado, sua perfeição;
me retalha sua magia, costura minha visão
ainda não me hipnotizaria porque temo tal
como tantos, ser finalmente aos pés seus, só
89
e essa inquietação do meu passado
me dói, irrita minha habilidade de
ser social, prefiro estar só, prefiro
li-dar, não faz parte racionalizar e
em frase eu não deveria dizer; mas
essa inquietação do passado me dói
e essa irritabilidade ainda me corrói
me dói, irrita minha habilidade de
ser social, prefiro estar só, prefiro
li-dar, não faz parte racionalizar e
em frase eu não deveria dizer; mas
essa inquietação do passado me dói
e essa irritabilidade ainda me corrói
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
88
parte da minha essência que se define em mim
nunca saberia que eu não sou eu na verdade
sou um bando de outros, únicos
múltiplos de pares, e sós
sóis, (re)nascendo
finitos
nunca saberia que eu não sou eu na verdade
sou um bando de outros, únicos
múltiplos de pares, e sós
sóis, (re)nascendo
finitos
terça-feira, 13 de outubro de 2009
87
e não, nós não vamos brigar por nadie
amor é uma causa, apenas uma, única
vai lá e pega o seu amor
vai lá e pega o seu amor
amor é uma causa, apenas uma, única
vai lá e pega o seu amor
vai lá e pega o seu amor
terça-feira, 6 de outubro de 2009
for your jazz soul
já te sinto como um verso: breve; forte
e naturalmente divino
essencialmente único.
e naturalmente divino
essencialmente único.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
86
o meu maior medo é que quando eu sonho com o amor,
eu não sonho comigo, eu não sonho com você, nem com essa pele;
o meu maior medo do mundo, é que quando eu escuto o amor,
eu não ouço minha vontade, não sinto minha liberdade, não voou;
o meu maior e eterno sonho, quando eu vejo o amor por aí,
é deslogar meu corpo de mim, despir, desprender meu verso do fim;
renascer, repintar, reviver, remontar o cenário da minha mente em algo que realmente faça sentido, em sensação e libido, em construção e desgosto, em consciência e escorço, em leve teatral, em início e final; e, a minha maior eternidade, aquela que eu mais temo quando escrevo é que eu fique de palavras, boquiaberta, para só mais uma noite de mentiras e nada além ; aquém da minha verdade, da minha vontade, circulando os paralelos sem me concentrar em pio, no arrepio vazio, em sentido e medida, interno e íntimo, meu, meu, meu e nunca meu, e nunca seu também.
eu não sonho comigo, eu não sonho com você, nem com essa pele;
o meu maior medo do mundo, é que quando eu escuto o amor,
eu não ouço minha vontade, não sinto minha liberdade, não voou;
o meu maior e eterno sonho, quando eu vejo o amor por aí,
é deslogar meu corpo de mim, despir, desprender meu verso do fim;
renascer, repintar, reviver, remontar o cenário da minha mente em algo que realmente faça sentido, em sensação e libido, em construção e desgosto, em consciência e escorço, em leve teatral, em início e final; e, a minha maior eternidade, aquela que eu mais temo quando escrevo é que eu fique de palavras, boquiaberta, para só mais uma noite de mentiras e nada além ; aquém da minha verdade, da minha vontade, circulando os paralelos sem me concentrar em pio, no arrepio vazio, em sentido e medida, interno e íntimo, meu, meu, meu e nunca meu, e nunca seu também.
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aprisionada na forma e no tom errado
aprisionada na fama e na imagem exata
mas contrária, exatamente errada, fluindo,
sobrevoando nas letras dos sons, na cor do céu
parte secreta, aberta, segredo e descoberta
além do ciclo, sou longe de toda verdade
sou eu apenas pedaço, quem dera
fosse já metade, da realidade,
da forma e tom certo
que cabe a mim
eterno e terno
mim, eu
aprisionada na fama e na imagem exata
mas contrária, exatamente errada, fluindo,
sobrevoando nas letras dos sons, na cor do céu
parte secreta, aberta, segredo e descoberta
além do ciclo, sou longe de toda verdade
sou eu apenas pedaço, quem dera
fosse já metade, da realidade,
da forma e tom certo
que cabe a mim
eterno e terno
mim, eu
domingo, 4 de outubro de 2009
84
pai, me desculpa, pai
mas é que eu ando temendo
o tempo, tô tremendo as pernas.
porque sempre que eu vejo você
eu sinto cheiro de saudade?
e tenho medo da verdade?
pai, me desculpa, pai
desculpa não ser assim
assim tão incoerente e nem
ser eu inocente, pra explicar
toda minha falta de vontade,
todo esse ar de maldade
pai, me desculpa, pai
pai, não vai
eu sinto medo
do tempo, do destino
sinto medo da sua áurea
de menino, do mistério do hoje
e da capacidade de um dia
não poder dizer assim
pai, não vai, pai
pai, me desculpa, pai
mas é que eu ando temendo
o tempo, tô tremendo as pernas.
porque sempre que eu vejo você
eu sinto cheiro de saudade?
e tenho medo da verdade?
pai, me desculpa, pai
desculpa não ser assim
assim tão incoerente e nem
ser eu inocente, pra explicar
toda minha falta de vontade,
todo esse ar de maldade
pai, me desculpa, pai
pai, não vai
eu sinto medo
do tempo, do destino
sinto medo da sua áurea
de menino, do mistério do hoje
e da capacidade de um dia
não poder dizer assim
pai, não vai, pai
pai, me desculpa, pai
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