2. Tratar com zelo, com cuidado.
Escrito por Renata Henriques
De todas as formas infinitas de amor, tem-se uma certeza: tudo acaba em dor. Dor da saudade, dor da eternidade que sempre acaba se diluindo em final. Antes que acabe o mundo e tudo pareça ter sentido em nada, há de existir em o todo do mundo sentido para tudo: são nossos seres e suas relações humanas. E finito, de eterno amor, ele ali: O Zelador.
O Zelador é de todos nós, o mais secreto. Não se sabe ao certo por onde ele caminha, não se sabe ainda o que há de distinto ou peculiar. Sei que é sabido que de toda a descoberta que há travado o amor não lhe foi a mais deslumbrante.
– Há de ser a dor.
Foi com a gilete que aparava a barba que o sangue brotou de sua pele e caiu, cerca de duas ou três gotas, sobre a pia amarela do banheiro. E ali firmava, naquela imensidão de outra cor, a dor. Não havia de haver outra coisa depois do acontecido a não ser a tentativa de limpar os vestígios da dor. A cicatriz na pia amarela, aquele sangue vermelho, que rompia a continuidade da cor, já havia acontecido e portando era. Era e não havia como não ser mais. Tudo feria. Feria pia e feria pele.
terça-feira, 8 de junho de 2010
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