quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sir. Friedrich Nietzsche apresenta, ironicamente, a compaixão como uma 'virtude' dos fracos. Estes nomeam-se bons, e os verdadeiros homens fortes, são vistos como decadentes.
A compaixão foi, desde minha infância, um sentimento que notava presente em mim. Se eu via um mendigo, um recriminado pela sociedade, de pronto ficava suceptível. Há de se pensar que a opção de estar jogado nas ruas é propriamente uma escolha.
Desde pequena fui a igreja, e ainda que não notasse que era a instituição cristã se apoderando de minha decisões, o sentimento de compaixão com o próximo parecia estar cada vez mais e mais entranhado em minhas atitudes. Lembro-me de uma época que me humilhava frente a pessoas que não gostavam de mim esperando um retorno positivo. Rezava e pedia que elas gostassem de mim. Rezava e pedia para que elas enxergassem a verdade. Mas que verdade era essa?
Por vezes é difícil crer no que parece estar clareando -por hora- frente a minha razão: talvez minha compaixão não seja fruto de mim. Talvez ela seja fruto do que implantaram em mim, tal como implantam chips em robôs. Sem que haja escolha, sem livre-arbítrio. É muito mais difícil ser forte a ser fraco. É muito mais difícil ascender a decair, permanecer no auge é mais complicado que gozar do prazer do desgosto.

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