sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A fotografia revela um momento único no tempo e no espaço, um registro do que não retorna. Imagem e conceito, para mim, andam lado a lado, visto que não se produz uma verdadeira fotografia caso a comunicação entre a 'pesquisador e o objeto de estudo', 'o artista e a obra' seja vista apenas como um grande amontoado de fatores estéticos. A fotografia não existe sem o "segredo" -Diane Arbus- do que está por trás de sua aparência, ela não pode tornar-se propriamente fotografia se não estabelecer um diálogo, uma conversa, uma dúvida.
Fotografa-se para unir o que se conhece (corpo, matéria) ao que é passível de abstração. A fotografia é o laço entre o reflexo no espelho e a pergunta: Quem sou eu na verdade? Apenas um reflexo em contornos e sombras, ou algo entranhado, ainda não-descoberto, dentro de mim?
O propósito fotográfico não deve permanecer no papel, a fotografia existe na dimensão do fazer, no inesperado, do acaso.
"A fotografia não tem que ser, ela é" - Higor Camargo

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