o tempo é vida
vá descobrir que é isto que te move
trabalhe em algo
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
reparei que no olhar de criança não há desejo. quando se cresce, essa coisa que te faz olhar já quer te recriminar em olhar nos olhos do outro. você já não é capaz de enfrentar essa estranheza: vira o rosto e nega. a criança olha nos olhos, sem cessar. porque aquele algo a prende à atenção. e ela pára de olhar no momento em que descobre que olhar pra aquilo que a intriga, que é belo ou feio -na verdade é simplesmente fascinante- não é necessariamente querer pegá-lo nas mãos. ela pára de olhar porque ela se permite. ela pára de olhar porque repara que depois de olhar incessantemente, sem parar, não vem nada além; acaba.
- Eu vim de novo foi pra tirar esse pecado do meu corpo, sabe.
- Que pecado, minha jovem?
- Eu vim tirar essa posse, esse amor que eu amo de ardida, que dói feito pimenta descendo a goela abaixo.
- E você acredita que isso é realmente possível?
- Se eu não acreditar, então não há -de novo- motivo pra eu estar aqui.
- Que pecado, minha jovem?
- Eu vim tirar essa posse, esse amor que eu amo de ardida, que dói feito pimenta descendo a goela abaixo.
- E você acredita que isso é realmente possível?
- Se eu não acreditar, então não há -de novo- motivo pra eu estar aqui.
Ouvi uma conversa de consultório -mas eu não estava em um- que uma dizia pra outra: - Nossa, a história daquela menina era demasiada tristeza! Mas como é que a gente pode saber das tristeza do outro? Não há como dimensionar outra tristeza senão por nossos olhos. A tristeza é sempre nossa. A morte dói aos vivos como não dói aos mortos. A doença dói aos que veêm como não doe aos que a esperam. Não vale a dor de sofrer por quem sofre. Vale pensar no conjunto da vida, como deve ser ser quem se é.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
eu
tenho todos que quero, sempre.
a hora que eu quiser, quando-(to).
mas eles e elas nunca me detêm aonde
querem, porque são poucos demais, fracos
demais e ruins: nenhum vê da forma que eu sei
ver
a hora que eu quiser, quando-(to).
mas eles e elas nunca me detêm aonde
querem, porque são poucos demais, fracos
demais e ruins: nenhum vê da forma que eu sei
ver
é um embananado de sonhos que ficam emergindo. aqui da minha cabeça, e vão aqui, pra ela mesma.eu faço nada com eles mesmo que eu saiba o que fazer. é que essa é uma parte medíocre de mim. a parte que têm medo dos sonhos porque ainda não soube como controlá-los. mas no fundo eu sei que sou que escolho os danadinhos. logo, sou eu que escolho o quão complexas e confusas serão as noites de sono.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
sonho número 2 # 'alice no país das maravilhas'
e ao seguir deste, outro
como pôde minha mente encenar com tanta perfeição?
eu produzia um filme
ele coadjuvante, belo, lindo
ela, encantadora, Alice, no país das maravilhas
intocável, desfilava beleza dentro de um carrão
ele conversava comigo a tom de estranheza
em vestes de pobre que era na cena
mas que eu via como riqueza
e aí ia ser o beijo final
da loira monumental
a celar minha
angústia
era o cinema tirando de mim meu homem
mas essa não é a vida
porque a vida não é isto
como pôde minha mente encenar com tanta perfeição?
eu produzia um filme
ele coadjuvante, belo, lindo
ela, encantadora, Alice, no país das maravilhas
intocável, desfilava beleza dentro de um carrão
ele conversava comigo a tom de estranheza
em vestes de pobre que era na cena
mas que eu via como riqueza
e aí ia ser o beijo final
da loira monumental
a celar minha
angústia
era o cinema tirando de mim meu homem
mas essa não é a vida
porque a vida não é isto
sonho número 1 # 'o poder da traição'
você consegue mensurar a dor que a decepção de um homem pode te causar?
e transbordando a insistência das certezas suas
que sempre foram em incertas, você viu ali, na
hora do sonho, vislumbrar-se frente a seus
olhos verem-te o mundo ruir e estarem
de pé, ao lado, desgraçando-te
a vida, e nada fazer...
ele estava ali,
ao meu lado, vendo eu cair no chão,
mas não me deu a mão, e não daria, pois as mãos
sempre foram suas, e por mais que o rosto fosse
feito ternura, a cor de um homem só é
fazer uma outra vida solidão;
acordei meio a lágrimas de
tristezas de uma coisa
que eu escolhi viver:
essa coisa a dois
que é sozinha...
e foi aí que vi,
e vi minha mãe a me
olhar, da porta, carinhosa.
e me esperava em seu braço um afago que homem
nenhum do mundo, nem ao certo, meu pai
era capaz de me abraçar.
talvez os homems sejam todos iguais depois de enrijecer:
o segredo é tomá-los ainda moles...
e transbordando a insistência das certezas suas
que sempre foram em incertas, você viu ali, na
hora do sonho, vislumbrar-se frente a seus
olhos verem-te o mundo ruir e estarem
de pé, ao lado, desgraçando-te
a vida, e nada fazer...
ele estava ali,
ao meu lado, vendo eu cair no chão,
mas não me deu a mão, e não daria, pois as mãos
sempre foram suas, e por mais que o rosto fosse
feito ternura, a cor de um homem só é
fazer uma outra vida solidão;
acordei meio a lágrimas de
tristezas de uma coisa
que eu escolhi viver:
essa coisa a dois
que é sozinha...
e foi aí que vi,
e vi minha mãe a me
olhar, da porta, carinhosa.
e me esperava em seu braço um afago que homem
nenhum do mundo, nem ao certo, meu pai
era capaz de me abraçar.
talvez os homems sejam todos iguais depois de enrijecer:
o segredo é tomá-los ainda moles...
terça-feira, 18 de maio de 2010
guardo então 33 minutos de depressão
saúdo meus grandes que cantam
ao pé de ouvido ainda que só
notas de dor menor
todo dia a noite
de poltrona matrona
ao lado de luminária cara
prateada, minha cara não nega
eu tenho cigarro nas mãos, a não!
-eu não queria ter visto isso agora-
são livros empilhados
são tantos nomes, tantos deles
tantas elas, tantos passados que eu já nem sei mais
mas ainda guardo 33 minutos de depressão
pra ouvir o que a melodia tem a dizer
sobre não fazer nada da vida
a não ser a dor
saúdo meus grandes que cantam
ao pé de ouvido ainda que só
notas de dor menor
todo dia a noite
de poltrona matrona
ao lado de luminária cara
prateada, minha cara não nega
eu tenho cigarro nas mãos, a não!
-eu não queria ter visto isso agora-
são livros empilhados
são tantos nomes, tantos deles
tantas elas, tantos passados que eu já nem sei mais
mas ainda guardo 33 minutos de depressão
pra ouvir o que a melodia tem a dizer
sobre não fazer nada da vida
a não ser a dor
Sobre a Depressão
Eu gosto de músicas depressivas. Pois depressão não se caracteriza na mudança que conduz em instântaneo impacto. A depressão é como a erva daninha, um mal que consome com o tempo. Eu gosto de músicas depressivas não porque essas me fazem chorar ou pensar na vida de forma triste e imediata. Gosto de músicas depressivas porque gosto daquelas mais belas, as músicas mais bem compostas, as que me obrigam a fechar os olhos e decifrar cada sabor que se encontra em cada tom de cada órgão tocado. Gosto de músicas depressivas porque me inserem em uma roda gigante que não quero descer. Lenta e de vista bela, eu vejo a vida de forma poética quando escuto as músicas mais belas. No entanto, esqueço-me de viver o resto. Esqueço-me de viver toda uma vida.No instante em que seu ouvido sentir tocar a mais intensa nota, a mais perfeita composição, a mais harmonia melodia, estás na porta dela. A depressão vem sutilmente, nas mais bonitas formas. No mais belo tom.
Carta aos Amigos Espirituais
Eu desde sempre acreditei em vocês.
Quando pequena sentia medo e me encobria de manta até a cabeça, eu sabia que acreditava muito além de filmes de assombração. Não que eu acreditasse verdadeiramente em mal ou bem, mas eu acreditava em presenças, em fluidos espirituais, em consciências além das corpóreas. Se muito eu neguei, e por muito tempo, não foi por conta de ignorância. Neguei porque temi, tal como temi a literatura e a arte. Tal com temi amar e como temi o amor. Neguei porque por mais que anseiem por ver a luz, os cegos preferem o escuro.
E agora vem o tempo e outra vez me retoma à consciência primeira de mim. Existe o mundo e é de nós o dever da disciplina. Muitas vezes meu medo era de uma vida de privações e a preferência do corpo é sempre pelo gozo imortal. Mas eu sei que no fundo, quando mais faço proveito sem proveitar verdadeiramente, perco o foco.
Sei que vocês estão aqui para me ajudar. Ajudam-me a ver com olhos da alma.
E eu, logo eu, que muito tenho a perder esses vícios do corpo meu.
Peço e me despeço porque sei que outrora sempre virão a me buscar. Sendo de uma forma ou outra, estão aqui, perto ou longe, e de certa forma, eternamente dentro de mim.
Não tarda muito e eu volto.
De toda alma,
Renata Fernanda da Silva Henriques
Quando pequena sentia medo e me encobria de manta até a cabeça, eu sabia que acreditava muito além de filmes de assombração. Não que eu acreditasse verdadeiramente em mal ou bem, mas eu acreditava em presenças, em fluidos espirituais, em consciências além das corpóreas. Se muito eu neguei, e por muito tempo, não foi por conta de ignorância. Neguei porque temi, tal como temi a literatura e a arte. Tal com temi amar e como temi o amor. Neguei porque por mais que anseiem por ver a luz, os cegos preferem o escuro.
E agora vem o tempo e outra vez me retoma à consciência primeira de mim. Existe o mundo e é de nós o dever da disciplina. Muitas vezes meu medo era de uma vida de privações e a preferência do corpo é sempre pelo gozo imortal. Mas eu sei que no fundo, quando mais faço proveito sem proveitar verdadeiramente, perco o foco.
Sei que vocês estão aqui para me ajudar. Ajudam-me a ver com olhos da alma.
E eu, logo eu, que muito tenho a perder esses vícios do corpo meu.
Peço e me despeço porque sei que outrora sempre virão a me buscar. Sendo de uma forma ou outra, estão aqui, perto ou longe, e de certa forma, eternamente dentro de mim.
Não tarda muito e eu volto.
De toda alma,
Renata Fernanda da Silva Henriques
Sobre a Evolução
Um ensaio breve sobre o homem
Quando há progresso no homem, há o homem. Não se deve reconhecer sobre o progresso o progresso em si, mas o homem em si, já que o homem é o progresso. O regresso, retrocesso, é evolução, logo, ainda que não avanço, é evolutivo. Logo, o homem deve reconhecer o progresso enquanto si próprio, não somente enquanto processo evolutivo. Já o anacronismo não pode ser retrato do homem. Evolutivamente, ainda que sob controvérsias – e daí surge a tomada de consciência que observa o retrocesso como parte da evolução humana- o homem é processo de avanços e regressos. No progresso há o homem próprio, dono de suas mudanças, ativo em seus pensamentos, vivo em si. No retrocesso há o homem em processo de evolução.
Quando há progresso no homem, há o homem. Não se deve reconhecer sobre o progresso o progresso em si, mas o homem em si, já que o homem é o progresso. O regresso, retrocesso, é evolução, logo, ainda que não avanço, é evolutivo. Logo, o homem deve reconhecer o progresso enquanto si próprio, não somente enquanto processo evolutivo. Já o anacronismo não pode ser retrato do homem. Evolutivamente, ainda que sob controvérsias – e daí surge a tomada de consciência que observa o retrocesso como parte da evolução humana- o homem é processo de avanços e regressos. No progresso há o homem próprio, dono de suas mudanças, ativo em seus pensamentos, vivo em si. No retrocesso há o homem em processo de evolução.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Sobre Opiniões
Um ensaio breve sobre as certezas dos grandes
Quando opiniões não são certezas, o homem torna-se nulo. Não que este seja um mundo de certezas completas, mas não podem as opiniões (aquelas idéias sobre determinadas coisas) absterem-se da confiança no que são. É que quando o homem não tem certezas sobre as coisas que pensa, ele se perde nas múltiplas possibilidades de ser e fica flutuando no vazio.
Da filosofia eu não tiro proveito de tudo. Muito do que dizem – e já ouvi que deveria viver no vazio, ou crer em nada – eu escutei por engano. Nem tudo que é comida eu como.
O homem precisa, de fato, saber o que é. E aí muito me admira que um jovem rapaz de vinte e cinco anos possa crer mais no que viu e experimentou do que noutros o disseram sentir nos livros. As opiniões precisam de certo, um norte, um pulso firme, um punho forte.
É preciso livrar-se da infância que nos subestimou aos parentes e trilhar uma racionalidade pensante, uma cabeça de certezas sobre as coisas que pensa.
Não faço aqui apologia à certeza de todas as coisas, pois tampouco cabe a um homem pensar todas as coisas do mundo. Nas opiniões vastas de que se pode ter, tange na beleza do ser afirmar-se nas opiniões à respeito de nossas experiências vividas, das coisas nossas; criadas por nossa capacidade. A demanda é grande. Mas nos grandes homens há confiança no desafio de desnudar o viver.
Quando opiniões não são certezas, o homem torna-se nulo. Não que este seja um mundo de certezas completas, mas não podem as opiniões (aquelas idéias sobre determinadas coisas) absterem-se da confiança no que são. É que quando o homem não tem certezas sobre as coisas que pensa, ele se perde nas múltiplas possibilidades de ser e fica flutuando no vazio.
Da filosofia eu não tiro proveito de tudo. Muito do que dizem – e já ouvi que deveria viver no vazio, ou crer em nada – eu escutei por engano. Nem tudo que é comida eu como.
O homem precisa, de fato, saber o que é. E aí muito me admira que um jovem rapaz de vinte e cinco anos possa crer mais no que viu e experimentou do que noutros o disseram sentir nos livros. As opiniões precisam de certo, um norte, um pulso firme, um punho forte.
É preciso livrar-se da infância que nos subestimou aos parentes e trilhar uma racionalidade pensante, uma cabeça de certezas sobre as coisas que pensa.
Não faço aqui apologia à certeza de todas as coisas, pois tampouco cabe a um homem pensar todas as coisas do mundo. Nas opiniões vastas de que se pode ter, tange na beleza do ser afirmar-se nas opiniões à respeito de nossas experiências vividas, das coisas nossas; criadas por nossa capacidade. A demanda é grande. Mas nos grandes homens há confiança no desafio de desnudar o viver.
A problemática da guerra
Um ensaio breve por Renata Henriques
A problemática da guerra, é por si, a coisa em si. Não seu entorno, as conseqüências e componentes. A problemática da guerra é a causa, a origem, a coisa em si propriamente intacta. A guerra é movida não por fatores externos ou internos de sua aparência, a guerra é movida por sua necessidade. Isto é; existe guerra ainda que não haja gente para guerrear, existe guerra ainda que não haja cenário. A guerra é uma força motivadora e destruidora de si própria, um mecanismo destruidor e criador do próprio estímulo.
Pequena ou larga escala, macro ou micro sistema, a guerra uma vez ocasionada tende a perder controle. Mas de que controle estamos falando? Este controle vem de uma noção que sustenta-se na racionalidade. Pois então, a guerra foge a razão humana. Portanto, a busca de sua origem e o cessar de seu comparecimento é tão complexo. Deve-se, meio a toda vulnerabilidade do ser -diante a força que a guerra exerce sobre corpo e mente humanas- ir a origem, ir à ela.
O homem, ainda que contrário à guerra, deve 'guerrear' com suas faculdades racionais para enfim, encontrá-la. Daí surge à problemática da guerra: ela se firma num sistema cíclico, fechado, que prende a si quem pretenda com ela. É a guerra tal como um grande redemoinho, formado meio ao mar, que suga e mantêm girando por ele todas as coisas que de certa forma, se dispuseram à sua atração.
A problemática da guerra, é por si, a coisa em si. Não seu entorno, as conseqüências e componentes. A problemática da guerra é a causa, a origem, a coisa em si propriamente intacta. A guerra é movida não por fatores externos ou internos de sua aparência, a guerra é movida por sua necessidade. Isto é; existe guerra ainda que não haja gente para guerrear, existe guerra ainda que não haja cenário. A guerra é uma força motivadora e destruidora de si própria, um mecanismo destruidor e criador do próprio estímulo.
Pequena ou larga escala, macro ou micro sistema, a guerra uma vez ocasionada tende a perder controle. Mas de que controle estamos falando? Este controle vem de uma noção que sustenta-se na racionalidade. Pois então, a guerra foge a razão humana. Portanto, a busca de sua origem e o cessar de seu comparecimento é tão complexo. Deve-se, meio a toda vulnerabilidade do ser -diante a força que a guerra exerce sobre corpo e mente humanas- ir a origem, ir à ela.
O homem, ainda que contrário à guerra, deve 'guerrear' com suas faculdades racionais para enfim, encontrá-la. Daí surge à problemática da guerra: ela se firma num sistema cíclico, fechado, que prende a si quem pretenda com ela. É a guerra tal como um grande redemoinho, formado meio ao mar, que suga e mantêm girando por ele todas as coisas que de certa forma, se dispuseram à sua atração.
Sobre as Coisas
Um ensaio primeiro sobre coisas pensadas de mim
Meu irmão me ensinou que filosofia não é a única versão da vida. É apenas um pedaço dela. Até que ponto amores me ensinaram sobre o amor? Muito eu aprendi sozinha. Não há forma de progresso senão após o caos solitário do que vive angustiado, tal como o retorno de um gato à sua moradia primeira.
Filosofia e amor não são a vida. Tal como a comida também não deve ser. Será mesmo?Me questiono devido ao domínio que sinto presente da fome na minha vida. E será que isto é fome ou vontade de comer? Tem horas que a coisa cresce tanto que posso jurar que se apodera do meu universo inteiro. Mas também, ainda que eu me sinta fraca por vezes, sei de certo que a fome e a comida não são a vida.
Mas será então que o conhecimento é a vida? Ou a sabedoria do conhecimento? Essa forma de decifrar palavras em resoluções, argumentações, certezas? Já que de pronto a alguma problemática de fim teremos sempre, ainda que de pouca valia, algum conhecimento? Ou de tanto, sabedoria?
A vida é uma constante de muitas coisas. Não é só o fim, nem o começo. A vida não pode, portanto, ater-se à conclusão intencional (ou acidental) das coisas. A vida é algo que percorre-se, diante um tempo, dispondo-se em corpo. Corpo corpóreo ou espiritual (afinal, pensamentos não são corpóreos, no então são coisas).
Meu irmão me ensinou que filosofia não é a única versão da vida. É apenas um pedaço dela. Até que ponto amores me ensinaram sobre o amor? Muito eu aprendi sozinha. Não há forma de progresso senão após o caos solitário do que vive angustiado, tal como o retorno de um gato à sua moradia primeira.
Filosofia e amor não são a vida. Tal como a comida também não deve ser. Será mesmo?Me questiono devido ao domínio que sinto presente da fome na minha vida. E será que isto é fome ou vontade de comer? Tem horas que a coisa cresce tanto que posso jurar que se apodera do meu universo inteiro. Mas também, ainda que eu me sinta fraca por vezes, sei de certo que a fome e a comida não são a vida.
Mas será então que o conhecimento é a vida? Ou a sabedoria do conhecimento? Essa forma de decifrar palavras em resoluções, argumentações, certezas? Já que de pronto a alguma problemática de fim teremos sempre, ainda que de pouca valia, algum conhecimento? Ou de tanto, sabedoria?
A vida é uma constante de muitas coisas. Não é só o fim, nem o começo. A vida não pode, portanto, ater-se à conclusão intencional (ou acidental) das coisas. A vida é algo que percorre-se, diante um tempo, dispondo-se em corpo. Corpo corpóreo ou espiritual (afinal, pensamentos não são corpóreos, no então são coisas).
quinta-feira, 13 de maio de 2010
imagina uma menina que entra numa loja de uma dona indiana, com um terceiro olho -imaginário- colado no meio da testa. a loja tem um cheiro -imaginário- embolorado e a dona tem um cheiro -imaginário- de riqueza. tem um baú de promoções que anuncia vestidos longos de tecidos velhos -reais- que estão quase se esfarelando. a menina prova e no provador a roupa rasga. rasga porque a menina está gorda. rasga porque a dona é perversa, maldona e mentirosa e vende barato apenas os trapos. imagina agora que a menina sai de finino da loja e não paga pelo vestido esfarelado (esse o que rasgou.). imagina agora que a menina não se sente culpada. e a dona está indignada. ou na verdade, a dona está reflexiva, ou arrependida, ou retraída pela própria falsidade. imagina que essa menina sou eu. isso pode ser real -imaginário-.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
164
eu acho a poesia um saco.
parece coisa pra fraco
que tem preguiça de
pôr acento para a
própria bunda
cansada de
palavras
parece coisa pra fraco
que tem preguiça de
pôr acento para a
própria bunda
cansada de
palavras
“Há um tempo que ando vivendo postumamente. Uma espécie de morte se apropriou do meu corpo, já que de respostas eu não atendo. É como se acordasse ao som do violino que toca em meu velório – em verdade não há nem esta poesia na minha cabeça, ando oca dessas emoções dolorosas-, acordo como se meu corpo estivesse enterrado vinte anos abaixo hoje. É como se não houvesse saída no passado nem emoção na espera do presente ou ansia do futuro. Eu e as memórias póstumas de mim.”
sexta-feira, 7 de maio de 2010
'por dentro eu fico preto'
.jpg)
medo de se perder
de esquecer
ficando
preto
não se engane de pensar
que é arte. isso é só
bonito, mas é feio
se você quiser
ver mais
perto
e o reflexo está mais denso
do que parece, a resposta
vai lá fundo donde
ela se expressa, mas talvez
isso já não te interessa mais
(fotografia de Cinthya Bretz, 2008)
7 de maio de 2010
Mãe,
É com grande dor que eu sinto pelos acontecimentos recentes. Sei que há momentos que você olha pra mim e não vê ali a menininha de cabelo negros com um sorriso que parecia dominar o mundo. Agora estou com os cabelos tão pequenos quanto eu tinha naquela época. Eu era tão pequena, tão indefesa, tão em seus braços e nos braços de Rafael (meu irmão).Se não fosse do seu colo quente de mãe amada eu não sei o que seria de mim neste mundo grande. Foi você quem me deu a graça de conhecer a vida, foi você quem realmente adotou minha vida, no sentido grande da palavra, que me guiou os primeiros passos, que me ensinou a acariciar os outros e não a dar tapas; foi você quem me ensinou a me alimentar.
Foi papai quem me ensinou a ler os números, os livros, os sonhos, a minha mente...
Graças a seu coração de mãe eu pude ter um lugar bom no mundo. Um lugar grande. Uma linda família, amor, uma cama aquecida e carinho a minha espera.
Talvez eu esteja crescendo demais agora, crescendo demais e percebendo que, agora, eu devo deixar esse laço pra trás. Ou ao menos, afrouxar essa corda. Agora, mãe, eu tenho que saber que eu já não preciso tanto dos outros.
Agora, eu já posso caminhar a próprias pernas, já posso comer o que bem decidir e dar carinho a quem minhas mãos decidirem. É difícil o caminho. Parece que decidir sozinha é em parte, ficar sozinha pra sempre. E no fundo, o que eu menos quero é te deixar ir embora da minha vida; tamanho meu amor por você. Esse meu ódio grande, é talvez, mãe, pra tentar te fazer ficar com tanta raiva de mim que me mandes ir embora, embora pra nunca mais voltar. E assim eu possa, na marra, me livrar de você, a coisa mais linda e especial da minha vida. O outro que me deu a vida, esse é você. Você é tudo que eu tenho. Não sou só tua filha mãe, sou tua mãe também. Quero te dar essa vida de asas livres pra voar longe que em algum momento se perdeu dentro de você. Quero te ensinar a caminhar e alimentar a sua alma, doce e pura como a de ninguém.
De todos esses amores que vão e vem, só um permanece e sempre permanecerá vivo e eterna chama acesa em mim; de agradecimento e paixão: és tu mãe, coisa linda que ilumina meus dias, mesmo com seu olhar tristonho que não sei desvendar.
Esses dias sonhei que largávamos tudo e viajávamos juntas, sozinhas, pra conhecer o mundo grande dos homens, das palavras, da vida... Eu vi tantos risos ali mãe, como de duas amigas que já fomos em algum outro momento das nossas vidas. Saiba que para todas as mulheres nunca haverá nenhum espaço como há o seu lugar. Você é meu segredo e meu mistério. Você é tudo que eu mais amo.
Me perdoe pela dor causada nos últimos dias e pela irritação que ando sentindo, acho que é por perceber que hora ou outra, tenho que ir pra longe de você...
Te amo demais para entender.
Renata
É com grande dor que eu sinto pelos acontecimentos recentes. Sei que há momentos que você olha pra mim e não vê ali a menininha de cabelo negros com um sorriso que parecia dominar o mundo. Agora estou com os cabelos tão pequenos quanto eu tinha naquela época. Eu era tão pequena, tão indefesa, tão em seus braços e nos braços de Rafael (meu irmão).Se não fosse do seu colo quente de mãe amada eu não sei o que seria de mim neste mundo grande. Foi você quem me deu a graça de conhecer a vida, foi você quem realmente adotou minha vida, no sentido grande da palavra, que me guiou os primeiros passos, que me ensinou a acariciar os outros e não a dar tapas; foi você quem me ensinou a me alimentar.
Foi papai quem me ensinou a ler os números, os livros, os sonhos, a minha mente...
Graças a seu coração de mãe eu pude ter um lugar bom no mundo. Um lugar grande. Uma linda família, amor, uma cama aquecida e carinho a minha espera.
Talvez eu esteja crescendo demais agora, crescendo demais e percebendo que, agora, eu devo deixar esse laço pra trás. Ou ao menos, afrouxar essa corda. Agora, mãe, eu tenho que saber que eu já não preciso tanto dos outros.
Agora, eu já posso caminhar a próprias pernas, já posso comer o que bem decidir e dar carinho a quem minhas mãos decidirem. É difícil o caminho. Parece que decidir sozinha é em parte, ficar sozinha pra sempre. E no fundo, o que eu menos quero é te deixar ir embora da minha vida; tamanho meu amor por você. Esse meu ódio grande, é talvez, mãe, pra tentar te fazer ficar com tanta raiva de mim que me mandes ir embora, embora pra nunca mais voltar. E assim eu possa, na marra, me livrar de você, a coisa mais linda e especial da minha vida. O outro que me deu a vida, esse é você. Você é tudo que eu tenho. Não sou só tua filha mãe, sou tua mãe também. Quero te dar essa vida de asas livres pra voar longe que em algum momento se perdeu dentro de você. Quero te ensinar a caminhar e alimentar a sua alma, doce e pura como a de ninguém.
De todos esses amores que vão e vem, só um permanece e sempre permanecerá vivo e eterna chama acesa em mim; de agradecimento e paixão: és tu mãe, coisa linda que ilumina meus dias, mesmo com seu olhar tristonho que não sei desvendar.
Esses dias sonhei que largávamos tudo e viajávamos juntas, sozinhas, pra conhecer o mundo grande dos homens, das palavras, da vida... Eu vi tantos risos ali mãe, como de duas amigas que já fomos em algum outro momento das nossas vidas. Saiba que para todas as mulheres nunca haverá nenhum espaço como há o seu lugar. Você é meu segredo e meu mistério. Você é tudo que eu mais amo.
Me perdoe pela dor causada nos últimos dias e pela irritação que ando sentindo, acho que é por perceber que hora ou outra, tenho que ir pra longe de você...
Te amo demais para entender.
Renata
160
quando posam pra mim eu não sei muito o que dizer
mas quando ponho minha cara a mostra eu sei
bem do que eu queria ter dito
mas quando ponho minha cara a mostra eu sei
bem do que eu queria ter dito
Um grande Circo
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